A defesa de Anderson Torres solicitou à Polícia Federal o adiamento do seu depoimento, que estava marcado para a tarde desta segunda-feira (24). O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro está preso há 100 dias no batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal.
A defesa alega que seu estado emocional e cognitivo sofreu uma drástica piora após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de mantê-lo preso.
A petição protocolada pelos advogados aponta que uma psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF atestou a impossibilidade de Torres comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas durante uma semana.
Testemunha
O depoimento de Torres seria prestado na condição de testemunha, sobre o uso da Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar a votação de eleitores de Lula no segundo turno, especialmente na região nordeste.
No intervalo de tempo dos ataques terroristas ao Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF), os investigadores já teriam encontrado ligações de Torres para o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Pavor com depoimento
Aliados, familiares e até mesmo o próprio Bolsonaro estão apavorados com a possibilidade de Torres fazer delação premiada ou algum gesto que prejudique o ex-presidente na Justiça.
Torres foi preso após os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele é suspeito de ter envolvimento em atentados que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes, embora na época estivesse nos Estados Unidos com a família. As informações são da Revista Fórum.