Com quatro anos de atraso e com o Brasil novamente livre da ameaça autoritária fascista – como tanto cantou em seus versos em relação à Ditadura Militar implantada em 1964 após um outro golpe, Chico Buarque recebeu das mãos do presidente Lula o Prêmio Camões de Literatura em evento permeado de muita emoção na sala do trono do Palácio Nacional de Queluz, em Lisboa, Portugal.
“A vasta contribuição da obra de Chico Buarque vai além de seus inegáveis aportes à riqueza literária da língua portuguesa e mostra que arte e cultura estão entrelaçados com a política e com nossos ideais de liberdade e democracia”, disse Lula em discurso muito emocionado.
Olhando para Chico, Lula ainda lembrou que quando criança contou para a mãe, Dona Lindu, que queria ser compositor, cantor, escrever peças de teatros e “fazer tudo que você faz, inclusive escrever romance”.
“Falei para minha mãe que queria ser tudo isso e ela me disse: ‘não, meu filho, você não pode ser. Porque já nasceu um menino dois anos mais velho que você, chamado Chico Buarque, que vai ser o mais importante’. E eu, então, há 75 anos falei pra minha mãe: e eu, o que vou ser? Ela disse: ‘se prepare que você vai ser presidente’. E aqui estou eu, Presidente da República, e o Chico representando a cultura viva de nosso país”, disse Lula, de improviso, parabenizando Chico. As informações são da Revista Fórum.