O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) está promovendo, durante o mês de maio, uma série de seminários na região da Chapada Diamantina e Serra da Jiboia, por meio do Programa de Educação Ambiental do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia. O objetivo é apresentar os resultados do levantamento e mapeamento das espécies exóticas invasoras encontradas no território do PAT, além de realizar o diagnóstico rápido participativo territorial do Programa de Educação Ambiental.
O primeiro seminário iniciou na segunda e terça-feira (15 e 16) na cidade de Itatim, contando com a participação ativa da comunidade. Os próximos eventos estão programados para acontecer em Itaetê (17), Mucugê (18 e 19), Ibicoara (19), Piatã (20) e Lençóis (22). “Os encontros oferecem oportunidade para discutir a relevante função da comunidade na elaboração do diagnóstico participativo, especialmente no que se referem à identificação dos problemas ambientais que os afetam diretamente na região e as espécies ameaçadas”, pontuou a coordenadora do PAT, a bióloga Sara Alves, da Coordenação de Gestão de Fauna do Inema.
“O Programa passou por uma primeira etapa, na qual ocorreu a identificação dos atores, bem como a realização de articulação e mobilização. Agora, estamos dando início ao processo de diagnóstico, que será seguido por uma capacitação utilizando as informações coletadas. Após essas etapas, iremos elaborar campanhas direcionadas à educação ambiental usando a educomunicação, com foco nas comunidades do território do PAT Chapada Diamantina – Serra da Jiboia. Essas ações terão especial abrangência nas escolas, junto aos guias de turismo e nas secretarias municipais”, destacou Sara Alves.
Na região da Serra da Jiboia, foi realizado o manejo de uma área cadastrada pelo Estado como Área de Soltura de Animais Silvestres (ASAS), onde foram adotadas estratégias adequadas para controlar e manejar as espécies exóticas, garantindo a eficácia do processo de recuperação ambiental. Ao controlar as espécies exóticas invasoras, foi possível oferecer um ambiente mais propício para a soltura e reintegração de animais silvestres nativos, promovendo a preservação da diversidade biológica da região. Essa ação foi liderada pela pesquisadora Silvia Ziler, do Instituto Horus.
O seminário realizado na cidade de Itatim também serviu como um espaço democrático para que a comunidade pudesse expressar sua opinião sobre a importância das espécies de flora e fauna na região e sua preservação. Antonio Carlos, representante do Quilombo do Entre Morro, ressaltou que esse projeto permite que ainda se possa cuidar da floresta e dos animais. Ele enfatizou que se a conscientização tivesse ocorrido anteriormente, teríamos mais cuidado com a natureza.
Plano de Ação Territorial (PAT)
O objetivo central do Plano de Ação Territorial (PAT) é mitigar as ameaças enfrentadas pelas espécies e ecossistemas do território do PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia, por meio da integração entre academia, poder público e sociedade. O território abrangido pelo PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia inclui 56 municípios, abarcando uma extensão de 3.918.743 hectares no estado da Bahia. O Plano é coordenado pelo Inema e com aporte de recursos do Projeto GEF Pró-espécies, tendo a coordenação nacional do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e como agência executora o WWF Brasil.
O PAT engloba 17 famílias da fauna e flora, totalizando 27 espécies ameaçadas de extinção, das quais 24 são plantas e 03 são animais. Essas espécies são classificadas como “Criticamente em Perigo de Extinção” e não são contempladas por Planos de Ação Nacionais para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção, nem protegidas em Unidades de Conservação. Elas constam nas Listas Oficiais Nacionais e Estaduais ou tiveram seu status de conservação avaliado pela Lista Vermelha da Bahia e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora) do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).
Além das espécies-alvo, o PAT estabelece estratégias de conservação para outras 339 espécies ameaçadas, consideradas beneficiadas. A maioria dessas espécies é endêmica do estado da Bahia, sendo consideradas raras, com distribuição restrita e com o tamanho populacional desconhecido. Elas ocorrem em áreas dominadas pelo Bioma Caatinga, como vegetação de carrasco, e pelo Bioma Cerrado, como campos rupestres e limpos. Também são encontradas em florestas de galeria e em ambientes de caverna. As informações são de assessoria.