A vacina contra a dengue, aprovada no dia 2 de março deste ano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está prevista para ser distribuída às redes públicas de saúde em até um ano e meio. A liberação da vacina no país poderá ser uma medida significativa no combate à dengue, que é uma epidemia histórica.
A informação foi dada pelo coordenador substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Daniel Ramos, durante um debate realizado na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (6). Segundo o representante, embora ela tenha sido aprovada, levará algum tempo para estar disponível para toda a população.
O coordenador ressaltou que aguarda o posicionamento oficial da OMS previsto para setembro. Ele lembra que os trâmites de importação do lote inicial da vacina ainda estão em andamento. “Isso se deve aos procedimentos de importação do lote inicial e também à transferência de tecnologia para a Bio-Manguinhos e a Fiocruz, permitindo a produção no Brasil”.
O imunizante, conhecido como Qdenga e desenvolvido pela farmacêutica do Japão, Takeda Pharma, possui em sua fórmula quatro distintos sorotipos do vírus da doença para conferir uma ampla proteção a quem teve ou não a enfermidade. Enquanto a vacina não é liberada, as autoridades de saúde incentivam para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, medidas protetivas como o uso de repelentes e eliminação de focos de água parada.
Saiba mais sobre o imunizante:
Para quais idades a vacina atende?
A aplicação será desde crianças com 4 anos de idade até jovens e idosos de 60 anos. Não importa se você já pegou o vírus em algum momento, a vacina será tanto para quem teve ou não a dengue.
Qual será o esquema de vacinação?
Serão duas doses com intervalo de 3 meses entre elas e a administração é subcutânea.
Quanta eficácia ela possui?
Há uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soronegativos e soropositivos) no período de 12 meses após administração da vacina.
No entanto, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, ressalta que a eficácia de 80,2% é contra os casos leves, sendo cerca de 95% em relação a casos graves e mortes. As informações são da Revista Fórum.