Após o presidente Lula (PT) afirmar que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não precisará mais invadir terrenos porque pretende fazer reforma agrária, o movimento social convocou apoiadores para um ‘tuitaço’ nas redes sociais contra a CPI que investiga as invasões do Abril Vermelho. A iniciativa logo após a fala do presidente em live na manhã de terça (13) contém mensagens de incentivo às ocupações populares.
Nas redes sociais, o MST convocou seus apoiadores a publicarem mensagens em defesa de seu trabalho no campo. O movimento compartilhou uma lista de 53 mensagens que podem ser publicadas a partir de 13h30. Nesses textos, volta a defender as ocupações.
“Ocupar a terra é defender a natureza porque o MST tem um projeto: reforma agrária popular”. Outra texto diz: “São quase 40 anos de história. Por trás de cada produção é importante lembrarmos de todas as famílias que ocuparam e resistiram”, diz uma mensagem.
O tuitaço tem como intuito fortalecer o movimento em meio à CPI, comandada por bolsonaristas na Câmara. No entanto, as mensagens em prol das ocupações demonstram desalinhamento frente ao Governo Federal. Na manhã da terça, Lula afirmou que quer que o Incra disponibilize as informações de todas as terras ociosas do país para realizar assentamento pelas vias do governo.
“Vamos fortalecer a pequena e média propriedade, vamos fortalecer o agronegócio, vamos continuar fazendo reforma agrária, porque aonde precisar assentar gente, vamos assentar. E é uma coisa importante. Eu disse para o Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário esses dias: ‘não precisa mais invadir terra’. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra comunica o governo quais são as terras improdutivas que existe em cada estado brasileiro e a partir dai vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples. Não precisa ter barulho, não precisa ter guerra. Precisa ter é competência e capacidade de ocupação”, diz Lula.
As ocupações feitas pelo MST durante o “Abril Vermelho” no início do ano criaram pressão sob o governo Lula. De um lado, o Planalto não quer desagradar sua base; de outro, tenta conquistar o agronegócio, setor alinhado ao bolsonarismo.