O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a referir-se nesta sexta-feira (4) ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como um “golpe”. Dessa vez, a declaração foi feita ao lado de dois senadores que votaram de forma favorável à destituição, mas que hoje são aliados: Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM).
“Lamentavelmente, depois que deram um golpe na presidente Dilma Rousseff, porque inventaram uma mentira para tirar ela da Presidência da República, esse país desandou, esse país andou para trás”, discursou Lula durante evento em Parintins (AM).
Em 2016, o Senado aprovou o impeachment e retirou Dilma do cargo por 61 votos a 20, entre eles o de Braga e Aziz. O emedebista, inclusive, havia sido ministro de Dilma até meses antes. Os dois reaproximaram-se do PT durante o governo de Jair Bolsonaro e foram apoiados por Lula na última eleição — Aziz foi reeleito senador, e Braga foi derrotado na disputa do governo estadual.
No entendimento da maioria dos senadores, a ex-presidente cometeu crime de responsabilidade contra a lei orçamentária ao atrasar repasses do governo a bancos públicos, o que ficou conhecido como “pedaladas fiscais”, e editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso. Dilma sempre negou irregularidades e classificou o processo como “golpe”.
No início do governo, Lula já havia classificado o impeachment de Dilma como “golpe de Estado”, durante a viagem ao Uruguai. A declaração provocou desconforto em partidos da base como MDB e União Brasil, deu munição para provocações da direita e reacendeu disputas antigas com rivais como o PSDB. As informações são do site O Globo..