O deputado federal Javier Milei, aliado de Jair Bolsonaro, surpreendeu nas urnas e ganhou as eleições primárias na Argentina realizadas no domingo (13). A votação funciona como uma prévia das eleições gerais de outubro no país. Se as eleições fossem hoje, dois opositores disputariam o segundo turno. O candidato governista ficaria de fora da disputa. Mas Javier Milei gera dúvidas nos mercados, que devem reagir ao resultado nesta segunda-feira (14).
“Viva a liberdade”, gritou um eufórico Javier Milei, o candidato ultra liberal e antissistema aos seus partidários depois do surpreendente bom desempenho nas ruas. Em resposta ao economista, a militância respondia “já se sente, Milei presidente”. Sem nenhuma estrutura partidária, Javier Milei venceu em 16 das 24 províncias argentinas.
Ele ganhou, com muita vantagem, em províncias onde o peronismo nunca perde. O resultado indicaria o cansaço social da população com a política tradicional. Apurados 97% dos votos, Javier Milei soma 30%. Dez pontos a mais do que qualquer pesquisa indicou.
Coalizão Juntos pela Mudança em segundo lugar
Em segundo lugar, ficou Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança, que somou 28,2%. Em terceiro lugar, o candidato governista, Sergio Massa, atual ministro da Economia, obteve 27,2%. A diferença entre o primeiro e o terceiro colocado chegou a ser de sete pontos, mas diminuiu ao longo da madrugada. Ela ficou finalmente em apenas três pontos; o que pode ser considerado tecnicamente um empate triplo.
Indefinição e reação dos mercados
Com o resultado das primárias que funcionam como uma prévia eleitoral, a disputa política deve continuar indefinida até as eleições gerais de 22 de outubro.
Indefinição é sinônimo de incerteza e os mercados costumam responder às incertezas com instabilidade financeira. Esta segunda-feira deve ser de volatilidade de desvalorização do peso argentino diante de um candidato que promete alteras as regras do jogo. Jornal da Chapada com informações do Portal Uol Notícias