O consumo excessivo de álcool entre adultos de 35 a 50 anos ocorreu com prevalência recorde em 2022, de acordo com pesquisa financiada pelo National Institutes of Health (NIH), ou Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, em português.
Um novo estudo descobriu que quase 30% dos indivíduos nessa faixa etária relataram consumo excessivo de álcool em 2022, continuando uma tendência ascendente consistente no comportamento. Em 2012, 23% dessas pessoas relataram consumo excessivo de álcool.
O uso de maconha neste grupo também atingiu níveis históricos, com 28% relatando o comportamento, acima dos 13% em 2012. Em 2022, 4% dos adultos nesta fase da vida relataram o uso de alucinógenos, o dobro de 2021.
A pesquisa também analisou o comportamento entre adultos de 19 a 30 anos. Para esta parcela, o uso de maconha em 2022 foi significativamente maior, em 44%, acima dos 28% em 2012. Mas o consumo excessivo de álcool relatado caiu para 30,5%, abaixo dos 35,2% uma década antes.
“As tendências de uso de drogas evoluem ao longo de décadas e ao longo do desenvolvimento, desde a adolescência até a idade adulta”, afirma Megan Patrick, professora pesquisadora da Universidade de Michigan e principal pesquisadora do estudo, conhecido como Monitorando o Futuro.
A pesquisa tem sido apoiada desde 1975 pelos Institutos Nacionais de Abuso de Drogas, ou NIDA, que faz parte do NIH. O NIDA normalmente chama a atenção por seu estudo de comportamento e padrões de uso de drogas entre jovens no ensino fundamental e médio. Mas a pesquisa também acompanha as pessoas ao longo da vida, observando o uso de álcool, maconha, cigarros e outras substâncias.
“É importante acompanhar isso para que os profissionais de saúde pública e as comunidades possam estar preparados para responder”, complementa Patrick.
As implicações de quais drogas uma geração tende a usar podem ser significativas. Por exemplo, um estudo recente descobriu que as mortes relacionadas ao álcool continuaram a aumentar entre pessoas com 65 anos ou mais, com mortes entre mulheres nessa faixa etária aumentando a um ritmo mais rápido do que entre homens.
O estudo sugere que o comportamento de uso de substâncias é fortemente influenciado pela cultura de uma geração e pelo status legal de várias drogas em vários períodos da vida. Por exemplo, entre os adultos de 35 a 50 anos, os de 50 anos foram os que menos experimentaram maconha. Apenas 68% deles relataram ter usado alguma vez na vida.
“Esses entrevistados se formaram no ensino médio em 1990, quando a maconha e outras drogas estavam em níveis históricos baixos ou próximos deles nas últimas quatro décadas, sugerindo um efeito de coorte”, observou o estudo.
Nora Volkow, diretora do NIDA, disse em um comunicado à imprensa que os dados deste estudo e de outros semelhantes podem informar como as autoridades de saúde e os indivíduos lidam com os riscos apresentados em diferentes fases da vida.
“Queremos garantir que as pessoas, desde o início até o último estágio da idade adulta, estejam equipadas com conhecimento atualizado para ajudar a informar as decisões relacionadas ao abuso de substâncias”, alega Volkow. As informações são da Agência O Globo.