A Chapada Diamantina tem se destacado não apenas como um paraíso para o ecoturismo, mas também como uma região em ascensão na produção de café. Ela abriga 10 dos 30 melhores cafés do Brasil, segundo uma lista da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em colaboração com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Com ênfase nos produtores de Ibicoara e Piatã, nos últimos anos, o café da região ganhou notoriedade mundial. A qualidade dos grãos, clima ameno, solo fértil e altitude elevada são alguns dos fatores que explicam o tamanho sucesso das lavouras chapadeiras.
“Estamos localizados em Piatã, a cidade mais alta do Norte e Nordeste do país e cultivamos o café a 1.230 metros de altitude, o que já garante superior qualidade à produção”, frisa o cafeicultor Antonio Rigno de Oliveira, da Fazenda Tijuco, que ganhou, no ano passado, o principal concurso de qualidade de cafés do mundo, o Cup of Excellence.
No evento, a família Rigno de Oliveira se sagrou tetracampeã da competição, levando para casa o título de melhor café especial do Brasil na safra 2022. Os exemplares tiveram nota de avaliação de 91,41 pontos, em uma escala de zero a 100.
Na competição, para o café ser considerado especial, o produto precisa atingir ao menos 80 pontos em uma avaliação de padrões internacionais. A votação leva em conta aroma, doçura, acidez e outras características. Com a nota obtida, superior a 90 pontos, o café da Fazenda Tijuco é considerado extraordinário.
No Cup of Excellence, ainda tiveram destaque outros cafés especiais da Chapada, como Tapuia, Garimpeiro e Terroir. Todos eles são produzidos pela Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), considerada a cidade mais fria da Bahia.
A agricultura sustentável é um dos elementos que também agrega valor à cafeicultura da Chapada. Encontrados com facilidade na região, os cafés com certificação orgânica e biodinâmica estão em alta no mercado nacional e internacional por serem produtos que não estão conectados com a destruição do meio ambiente.
Seguindo a tendência mundial, países do continente europeu deixaram de comprar grãos produzidos em áreas desmatadas desde 2022. Eles estão entre os principais compradores de café na Bahia, com destaque para Paris, capital da França, que tem como um dos revendedores o empresário Hipolyte Corti, grande apreciador do café da Chapada Dimantina.
“Esse tipo de agricultura, sustentável, é bem mais eficiente para renovação no solo, que é mais rico em húmus, material orgânico. Isso faz com que a bebida tenha um sabor muito particular, pois não há química, pesticida”, revelou o francês em entrevista à TV Bahia.Jornal da Chapada com informações do g1.