O incêndio florestal na Serra do Candombá, próximo da Vila do Capão, na Chapada Diamantina, que teve início na manhã do último sábado (14), permanece sob monitoramento constante. A parceria entre brigadistas do ICMBio e voluntários locais foi crucial na contenção das chamas no local, mas ainda requer atenção devido às condições da vegetação e o risco de reignições.
O incêndio ocorreu dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, uma Unidade de Conservação Federal sob a responsabilidade do ICMBio, e chegou a afetar a trilha de acesso ao Poço do Gavião por algumas horas. A área é especialmente desafiadora devido à presença da planta candombá, cuja resina inflamável intensifica as chamas e aumenta os riscos de fogo.
Segundo Paulo Roberto Jr, chefe de esquadrão da brigada do Parque Nacional, “o candombá é uma planta que quando pega fogo o combate é muito difícil, precisa utilizar o soprador e muita água ou cortar as plantas e jogar pra dentro da área queimada.”
O processo de combate ao fogo envolve pelo menos três etapas: controle da expansão do incêndio, extinção das chamas e monitoramento para evitar que reignições causem um novo incêndio. Para o controle do incêndio na Serra do Candombá foram mobilizados 22 brigadistas do ICMBio, 25 brigadistas da Brigada Voluntária do Vale do Capão e um veículo da prefeitura de Palmeiras. Cerca de 20 moradores também colaboraram levando água potável para os brigadistas em combate.
Após 10 horas de intenso combate, o incêndio foi controlado por volta das 22 horas do dia 14 de outubro. A partir daí iniciou-se a etapa de extinção, na qual o ICMBio atuou continuamente até às 17h do dia 15. Neste dia também participaram da extinção cinco brigadistas do Prevfogo/IBAMA e 10 bombeiros militares. Agora o ICMBio prossegue com o monitoramento da área pelos próximos dias até que não haja mais reignições e o incêndio possa ser considerado extinto.
Esse incêndio florestal ocorreu em uma área próxima à Vila do Capão, um dos destinos turísticos mais apreciados na Chapada Diamantina, e justamente em um fim de semana com feriado prolongado, o que tornou a situação ainda mais delicada.
Alguns turistas que desfrutavam da trilha para o Poço do Gavião se viram temporariamente isolados devido ao avanço das chamas. No entanto, “graças aos esforços incansáveis dos brigadistas do ICMBio e dos voluntários locais, nenhuma casa ou pessoa foi afetada, e os turistas que estiveram momentaneamente retidos puderam retornar em segurança, sem ferimentos”.
O episódio ressalta a importância da atuação integrada de órgãos públicos e da sociedade civil na prevenção e combate a incêndios. “Estamos no início de um período de El Nino no hemisfério sul, fenômeno que provocou as temperaturas mais quentes já registradas nos meses de junho e julho no planeta e favoreceram o aumento de incêndios florestais no sul dos Estados Unidos e sul da Europa”, salienta texto do ICMBio.
Qualquer incêndio ou presença de fumaça em áreas naturais deve ser comunicada para os órgãos competentes e às brigadas voluntárias mais próximas. Aos visitantes de regiões propensas a incêndios florestais recomenda-se que estejam cientes das condições climáticas e do risco de incêndios, e que sigam as diretrizes de segurança estabelecidas pelas autoridades locais a fim de evitar a prática de atividades que possam gerar faíscas ou fagulhas.
Jornal da Chapada