O homem que foi morto, na quinta-feira (11), após participar da Lavagem do Bonfim, considerada a maior festa religiosa e popular da Bahia, em Salvador, era babalorixá do terreiro Yle Axe Olufemyn, no bairro Matatu de Brotas, na capital baiana.
Nilton Leal da Conceição, conhecido como “Meu bem”, foi alvo de um homem, que ainda não foi identificado pela polícia, na região da Ladeira da Água Brusca, no bairro do Barbalho, em Salvador.
Pela família e amigos, é lembrado pela alegria e bondade, já que gostava de fazer ações sociais para pessoas em situação de rua. A última foi feita no natal, quando entregou sopas.
“Ele pegava as pessoas na rua e ajudava, como ele fez na minha trajetória de vida, que foi complicada perante as drogas “, disse o ajudante do terreiro, Lucas da Silva Rodrigues.
Nas redes sociais, é possível ver um vídeo em que “Meu Bem” aparece alegre e dança durante a procissão do Senhor do Bonfim, que acontece em trecho de cerca de 6,5 km na região da Cidade Baixa.
“Ele ajudou muita gente, só fazia o bem para os outros. Dizer que ele era ruim, ninguém pode dizer”, contou a vizinha AnTônia Fonseca.
Nilton Leal também tinha um compromisso sempre que acordava. Ele gostava de cuidar da saúde e costumava iniciar com exercícios físicos na academia.
Informações preliminares passadas por testemunhas indicam que um homem se aproximou de Nilton, na rua Vital Rego, por volta das 19h30, atirou e fugiu.
Nilton chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Salvador.
A mãe de Nilton, Maria Antônia Leal, diz ter passado mal assim que soube do crime e foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ela o classifica como uma pessoa “do bem”.
“Sinto a perda de meu filho. Era um menino do bem, trabalhador, caprichoso e que nunca me deu trabalho. Estou me sentindo fortalecida pelas pessoas que falam bem dele”, disse.
Ela disse também que a morte do filho tem causado surpresa nas pessoas. “Morreu uma pessoa inocente. Brincalhão, trabalhador, prestativo, todo mundo está surpreso”, lamentou.
O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), que fica no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda não há detalhes sobre a autoria e motivação do crime.
Na manhã desta sexta-feira (12), policiais iniciaram as investigações no local do crime. Uma gráfica, que fica no local, tinha câmeras, mas os equipamentos não teriam filmado o momento do assassinato.
Ainda não há informações de quando o corpo do babalorixá será sepultado. Antes de registrar a morte do homem, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgou um balanço parcial das 7 às 16h, que não apontava crimes considerados graves contra a vida e de roubo na festa.
A Polícia Civil tinha registrado 45 furtos (subtração sem o uso da violência), no evento. De acordo com o órgão, 14 aparelhos foram recuperados com três homens de 22, 26 e 49 anos, que foram presos.
A suspeita é de que o trio encenava brigas e, durante o princípio de tumulto, roubava os smartphones das vítimas. Além dos celulares, os homens foram flagrados com cartões bancários, um relógio e R$ 156. As informações são do site G1.