A cidade de Palmeiras, sede do Parque Nacional da Chapada Diamantina e referência em ecoturismo na região, celebra seus 133 anos de fundação nesta segunda-feira (15). No entanto, ao invés de festividades, a ocasião é marcada por manifestações, evidenciando a insatisfação da população perante a negligência da prefeitura em setores como educação, saúde e infraestrutura na região.
No último sábado (13), centenas de manifestantes vestindo roupas brancas se reuniram em protesto, reivindicando a manutenção de ruas e estradas abandonadas, ativação de poços artesianos, reforma de escolas inacabadas e melhorias nos postos de saúde, que se encontram sem médicos e equipamentos no Vale do Capão.
Os participantes do ato expressaram seus descontentamentos diante dos descasos da Prefeitura de Palmeiras e da Câmara Municipal, contando com o auxílio de um carro de som que endossou o coro. A manifestação contou com a presença de integrantes de associações, coletivos e movimentos sociais locais, em conjunto com o Geca Convocam.
Em entrevista ao Jornal da Chapada, um dos participantes do protesto destacou o principal intuito da ação. “Estamos reunidos nesse movimento para expressar nossa revolta contra o completo abandono e negligência do poder público em Palmeiras. Não vamos aceitar que essa falta de responsabilidade com a população continue se perpetuando”, salientou.
Estrada do vale do Capão
As péssimas condições da estrada que liga o município de Palmeiras ao distrito do Vale do Capão, abrangendo um trecho de 19,8 km da BA-49, têm deixado muitos motoristas apreensivos devido à alta quantidade de buracos e congestionamentos na via. O impasse gerado pela paralisação das obras de pavimentação na área é destacado como uma das principais causas das dificuldades de deslocamento na região.
Em um vídeo enviado ao Jornal da Chapada, é possível observar um congestionamento enfrentado por motoristas na estrada. A elevada quantidade de poeira dificulta a visualização dos condutores, que se sentem desorientados e completamente inseguros no local.
Em fevereiro do ano passado, a prefeitura de Palmeiras, em parceria com o governo estadual, anunciou o início da obra de pavimentação asfáltica na estrada. Contudo, em junho de 2023, uma denúncia anônima levou o Ministério Público estadual (MP-BA) a emitir uma recomendação para a suspensão da obra, alegando licenciamentos irregulares.
No documento assinado pelo promotor de Justiça Alan Cedraz Carneiro Santiago, no dia 6 de junho de 2023, o órgão recomenda a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Palmeiras (Sedesp) “que, imediatamente, se abstenha de emitir novas autorizações de manejo ou supressão de vegetação inseridas, ainda que parcialmente, em área do bioma Mata Atlântica, resguardando tal competência ao Estado”.
Já a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) ressaltou que a empresa responsável pela obra de pavimentação do trecho de ligação entre Palmeiras e o distrito de Caeté-Açu aguarda a liberação de licenças ambientais pelo Inema para retomar a execução dos serviços. No entanto, quem trafega pela estrada sente um total descaso, sem a implementação de medidas efetivas para aprimorar a via.
Jornal da Chapada