O ex-prefeito do município de Macajuba, Murilo Sampaio (MDB), decidiu protestar pela posse de um terreno que alega pertencer a sua família desde 2002. Nos últimos dois anos, o atual gestor do município, Luciano de Noé (PSD), manifestou interesse em realizar intervenções no local, o que desencadeou toda a confusão.
Em contato com o BNews, Murilo afirmou que o terreno se trata de uma área rural de três tarefas de terra. No ano de 2021, quando Luciano assumiu o cargo de prefeito de Macaúbas, a prefeitura teria tentado ‘invadir’ a terra com o plano de construir uma praça em homenagem à padroeira da cidade no local.
O assunto, que parecia ter esfriado após uma confusão que terminou na delegacia, com Murilo registrando um boletim de ocorrência contra a ação da gestão municipal, voltou a ganhar novos capítulos com a suposta retomada de projetos da prefeitura relacionados ao terreno.
No dia 1° de janeiro, Murilo foi informado sobre uma nova intervenção da gestão de Luciano de Noé no terreno. Segundo o ex-prefeito de Macaúbas, funcionários com retroescavadeira trabalharam no local, arrancando mais de 70 metros de cerca e removendo a vegetação da área.
Em um vídeo enviado por Murilo Sampaio, é visível a presença de diversos funcionários e um trator atravessando o terreno. Na gravação, o ex-prefeito questiona os trabalhadores se as obras são da prefeitura e se estão cientes de que o terreno é particular. Em seguida, os funcionários dizem que sim, mas continuam trabalhando no local.
Após a intervenção ocorrida nesta semana, o ex-prefeito acionou a Polícia Militar, que esteve presente no local até a tarde de sexta-feira (2) para evitar qualquer ação por parte dos trabalhadores. Murilo e seus colaboradores também permaneceram no terreno durante esse período.
“O prefeito insiste em não reconhecer isso aí (…) não me retirei e vou continuar aqui para preservar [o terreno], a menos que exista ordem judicial. Isso é um ato de autoritarismo, abuso de poder”, desabafou Murilo, que classificou a ação do prefeito como ‘perseguição’.
Indignado com a ‘invasão’, Murilo também registrou outro boletim de ocorrência e afirmou ter acionado um pedido de manutenção de posse, uma medida judicial para proteger um imóvel e preservar a posse de um bem que tenha sido interferido sem consentimento do proprietário.
A prefeitura de Macajuba declarou que Murilo não apresentou evidências de propriedade do terreno. Em comunicado ao Bnews, informaram que solicitaram documentos para indenizá-lo, sem resposta. A gestão também informou que tentou mediação com a ex-advogada de Murilo e um vereador ligado ao ex-prefeito, sem sucesso.
“A Prefeitura de Macajuba lamenta profundamente a atitude do ex-gestor que está impedindo o desenvolvimento do município. Os quase R$ 3 milhões que serão investidos nesse projeto irá gerar dezenas de empregos. Além disso, depois de pronto o projeto vai fomentar a economia local e garantir mais um ambiente de lazer para os macajubenses”, afirmou em nota.Jornal da Chapada com informações do portal BNews.