A Polícia Civil da Bahia prendeu 267 pessoas nesta quinta-feira (21), em municípios do interior baiano, durante a 12ª fase da Operação Unum Corpus, que é realizada em 416 cidades do estado. A ação, que deve se desdobrar ao longo do dia, só não ocorre em Salvador.
Outros três suspeitos de comandar facções criminosas de outros estados com ramificação na Bahia foram encontrados:
Pedro Víctor Fatel Costa Leite, conhecido como “Fatel”, morreu após confronto com policiais civis. Ele era considerado chefe de um grupo criminoso vinculado a uma facção do Rio de Janeiro, responsável pelo tráfico de drogas e homicídios na região sudoeste, baixo-sul e sul da Bahia.
Um alvo, que não teve o nome divulgado, foi preso no município de Santo Amaro;
Outro homem, identificado como Danilo Silva dos Santos, com histórico de homicídios, tráfico de drogas e roubo, também morreu em confronto com policiais em Luís Eduardo Magalhães.
Outras três pessoas foram presas suspeitas de esfaquear um homem e depois passar por duas vezes com um carro sobre o corpo da vítima, em Maracás. O delegado Moabe Macedo, que investiga o caso, informou que o crime aconteceu no dia 5 de fevereiro. A vítima foi levada para o hospital e já recebeu alta hospitalar.
Segundo a polícia, as medidas cautelares foram cumpridas por 800 policiais das 26 Coordenadorias Regionais de Polícia do Interior (Coorpins). Quarenta e duas armas de fogo foram apreendidas.
Ainda segundo a polícia, entre os 90 mandados de prisão cumpridos, 97 foram de suspeitos de cometerem crimes contra a vida.
Também há prisões contra suspeitos de tráfico de drogas, estupro, violência doméstica e familiar e crimes contra o patrimônio.
Mandados de busca contra falsos médicos
Durante a operação, mandados de busca e apreensão contra investigados por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa foram cumpridos nas cidades de Eunápolis, Teolândia e Itagimirim.
De acordo com o coordenador regional de Eunápolis, delegado Paulo Henrique de Oliveira, as investigações tiveram início em dezembro de 2023, com a prisão em flagrante de um homem por atuar como falso médico no Hospital Municipal de Itagimirim.
“Durante a apuração, identificamos um segundo suspeito que também atuava na mesma unidade de saúde, com a anuência do diretor do hospital, o qual foi exonerado um dia após a prisão do primeiro falso profissional”, ressaltou.
O coordenador da 23ª Coorpin/Eunápolis informou ainda que uma terceira médica plantonista da mesma unidade hospitalar e dois médicos diretores faziam constantes trocas de plantões nos quais os falsos médicos trabalhavam em seus lugares e dividiam o valor pago pelo plantão.
“Em uma das ocasiões, o prefeito da cidade foi atendido por um falso profissional, tendo que retornar ao hospital no dia seguinte em decorrência de má prescrição”, revelou.
As investigações também identificaram um funcionário público do Hospital de Teolândia que mantinha contato com o primeiro falso médico, encaminhando-o para diversos hospitais do interior da Bahia onde poderia atuar como plantonista.
“Representamos pela suspensão da função pública do investigado junto à administração da Fundação Hospitalar de Teolândia, do cargo de agente administrativo, a qual foi deferida pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Eunápolis”, destacou o delegado.
O delegado afirmou ainda que a Justiça também aceitou pedidos da Polícia Civil determinando a proibição dos falsos médicos de frequentar hospitais e postos de saúde públicos, exceto na condição de paciente.
“Os investigados também ficaram proibidos de manter contato entre si, de mudança de endereço sem autorização judicial e foi determinado o comparecimento bimestral no juízo do seu domicílio para informar e justificar suas atividades”, detalhou Paulo Henrique de Oliveira.
Durante o cumprimento dos mandados de busca, documentos de um médico foram apreendidos em Eunápolis. No Hospital de Teolândia, foram encontrados diversos prontuários médicos assinados pelo mesmo falso profissional preso em flagrante em dezembro do ano passado. Um celular de um funcionário daquele hospital também foi apreendido.
As investigações apontaram que a companheira do primeiro falso médico utilizava a sua conta bancária para receber os pagamentos dos plantões, com o objetivo de ocultar a verdadeira identidade do investigado. A Polícia Civil informou que ela será indiciada por associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Unun Corpus
Mais de 300 mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos durante as ações desenvolvidas pelos policiais do Departamento de Polícia do Interior (Depin), com o apoio das 12 equipes da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (CATI) e do Departamento de Inteligência Policial (DIP).
A Unum Corpus prendeu 1.754 pessoas e apreendeu 311 armas de fogo nas 11 fases anteriores. As informações são do g1.