Os moradores do distrito de Igatu, em Andaraí, foram pegos de surpresa com a instalação, sem prévia autorização, de uma torre de celular em localidade onde vivem mais de 20 famílias. Em contato com o Jornal da Chapada, um residente local, que preferiu não ter a identidade revelada, relatou os problemas que o equipamento pode gerar tanto para a população quanto para a área ambiental.
O morador relatou que a torre foi instalada de forma rápida e sem aviso prévio aos residentes do bairro da Forca, onde ocorreu o caso. “Isso tudo aconteceu na semana passada em caráter de urgência. Nenhum morador desta comunidade foi consultado sobre a instalação da torre em propriedade privada. Todas as famílias daqui são contra esse absurdo”, salientou.
“A torre foi instalada nessa área turística para beneficiar exclusivamente uma única pessoa, que não reside no bairro, e acabou por prejudicar uma comunidade com mais de 20 famílias, sem considerar a distância de segurança das casas vizinhas”, ressaltou o residente da região.
Ainda conforme pontuado pelo morador local, algumas residências estão a menos de 10 metros da antena, gerando apreensão e colocando toda a comunidade em estado de alerta. Além disso, o equipamento foi instalado em uma área de significativo valor arqueológico para Igatu, pois abriga ruínas, nascentes e paisagens de valor histórico incalculável.
Riscos ambientais
A operação da torre de celular na região pode resultar em graves danos ambientais e afetar áreas de conservação significativas, como os Três Navios e a Rampa do Caim, localizados no Parque Nacional da Chapada Diamantina. Além disso, a instalação também pode ter impactos adversos sobre as ruínas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) nas comunidades da Rua da Forca e da Rua da Fumaça, assim como sobre a Gruna do Brejo e o Parque Municipal Manga do Céu.
A instalação de torres de celular em regiões inapropriadas pode acarretar diversos prejuízos ambientais. Isso inclui a fragmentação do habitat de espécies animais e vegetais, alterações no ecossistema, como mudanças nos padrões de vento e distribuição de poluentes na atmosfera, além do risco de colisões de aves e morcegos, resultando em mortes e impactando negativamente as populações desses animais.
Jornal da Chapada