O PL, partido comandado na Bahia pelo ex-ministro João Roma, caminha ao lado do grupo político liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) em oito dos dez maiores municípios da Bahia. Em sete dessas cidades, a legenda declarou ou articula apoio a pré-candidatos ligados a Neto, e em apenas uma o oposto pode ocorrer.
Por conta desse cenário, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido chamado de “puxadinho do União Brasil” por lideranças da própria agremiação e da oposição, como mostrou a última edição da coluna Radar do Poder.
O PL apoia postulantes do União Brasil em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Lauro de Freitas, Ilhéus e Barreiras. Em Porto Seguro, se o prefeito Jânio Natal, que é da legenda Roma, concorrer à reeleição, deve ter ao lado a sigla liderada por ACM Neto.
O PL também lançou pré-candidatos em Juazeiro, com professora Maeth Soares, e em Itabuna, com o engenheiro Chico França. Na primeira cidade, o União Brasil apoia a reeleição da prefeita Suzana Ramos (PSDB). Na segunda, tem como postulante Capitão Azevedo. Ou seja, nos dois municípios Roma e Neto seguem em lados opostos, ao menos por enquanto.
Em alguns dessas cidades citadas, o PL optou por não lançar candidato e fazer composições visando fortalecer o partido para a eleição de 2026. Esse foi o caso de Salvador, Feira de Santana e Lauro de Freitas. Nestes municípios, o partido tinha como pré-candidatos o próprio Roma, o deputado federal Capitão Alden e o deputado estadual Leandro de Jesus, respectivamente.
Com 23 prefeitos eleitos em 2020, o PL ficou com apenas um – Jânio Natal, em Porto Seguro – depois do prazo de filiações partidárias. A cúpula da sigla se esforça para superar o número de dez pré-candidatos majoritários no pleito deste ano.
Boa parte da dificuldade se deve ao fato de o PL ser associado ao bolsonarismo num Estado em que o presidente Lula e o PT têm muita força eleitoral, principalmente nas cidades de pequeno e médio porte. Por outro lado, ACM Neto tem a maior força eleitoral concentrada nos maiores municípios, onde Roma não encontrou nomes competitivos.
Vale frisar que, apesar desse cenário negativo, Roma, que ainda não se reaproximou de ACM Neto, tem insistido que vai concorrer novamente ao governo da Bahia em 2026, apostando novamente num cenário nacional que possa favorecê-lo. Aliados das principais lideranças do União Brasil na Bahia, no entanto, não acreditam nessa possibilidade, e enxergam o ex-ministro disputando o retorno à Câmara Federal.
Até porque a tendência é que o PL siga desidratando em 2026. Até lá, o partido pode perder dois dos quatro deputados estaduais: Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, que não rezam na cartilha do bolsonarismo e estão na base do governo Jerônimo Rodrigues (PT). As informações são do site Política Livre.