O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou desconforto com as viagens internacionais dos ministros e determinou que os membros do primeiro escalão fossem orientados a evitar saídas ao exterior ou, pelo menos, que as avaliassem com mais rigor. Lula quer que seus auxiliares foquem em agendas nacionais, percorrendo o país e defendendo o governo às vésperas do início da campanha para as eleições municipais.
Um levantamento do jornal “O Globo”, baseado em dados do Painel de Viagens, mostrou que, no total, os ministros realizaram 207 viagens internacionais desde o início do mandato, em janeiro de 2023. Em algumas dessas viagens, no entanto, dois ou mais ministros podem ter participado de um mesmo evento. Excluindo o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, os demais passaram, em média, 27 dias fora do Brasil.
A mensagem de Lula foi transmitida pela Casa Civil, que enfatizou a importância de focar no lançamento de ações das pastas, o que pode beneficiar eleitoralmente os candidatos a prefeito alinhados ao Planalto. A responsável por essa orientação é a secretária-executiva da pasta, Miriam Belchior, e o recado também é reforçado por membros do gabinete da Presidência, liderado por Marco Aurélio Marcola. Estão fora desse escopo ministros que Lula quer que circulem pelo mundo, como Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura), e aqueles que só viajam por ordem do presidente, como Rui Costa (Casa Civil) e o vice-presidente Geraldo Alckmin, também responsável pela pasta de Indústria e Comércio. As informações são do site Política Livre.