A Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) reconheceu quatro novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), localizadas nos municípios de Jacobina, São Gonçalo dos Campos e na divisa entre Barra da Estiva e Iramaia, todas criadas com o apoio de um projeto do Ministério Público estadual. As reservas agora asseguram a preservação perpétua de mais de mil hectares de natureza, uma área equivalente a mil campos de futebol.
Através do projeto ‘Biomas da Bahia’, o Ministério Público (MP) desempenhou um papel fundamental na criação das RPPNs, colaborando com os Institutos Água Boa e Ynamata, além da Fundação José Silveira. Essa parceria foi crucial para garantir a proteção e preservação das áreas naturais envolvidas, reforçando o compromisso com a conservação ambiental na Bahia.
A RPPN ‘Romão Gramacho Falcão’ foi oficialmente reconhecida como reserva ambiental pela Sema na última quinta-feira (8). Situada em Jacobina, em uma área de 53,7 mil hectares, a reserva está próxima das ruínas da casa do bandeirante Romão Gramacho, datadas de 1755, e da Igreja de São Miguel Arcanjo, conhecida como ‘Igreja das Figuras’.
Conforme o relatório do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), a igreja tem esse nome “porque ali existiam imagens de santos feitos de ouro maciço” e, “nos tempos de Gramacho Falcão, os habitantes de suas terras jogavam ouro em pó durante as festividades e se vestiam com roupas revestidas de ouro” e que, segundo “populares mais antigos, que conheceram a Igreja quo em ainda estava de pé, o seu interior era completamente coberto de ouro, dos portões a santos”.
Ainda na quinta-feira, a Sema oficializou o reconhecimento de duas reservas ambientais situadas na divisa entre Iramaia e Barra da Estiva: a ‘Santa Anita’, com mais de 670 hectares, e a ‘Santa Anita III’, com mais de 260 hectares. Em São Gonçalo dos Campos, foi estabelecida a RPPN ‘Nossa Senhora da Conceição’, abrangendo mais de 79 hectares. Atualmente, a Bahia conta com 193 RPPNs oficialmente reconhecidas nos âmbitos estadual e federal. Dessas, 63 foram criadas com o apoio do MP em parceria com os Institutos Água Boa e Ynamata.
O promotor Augusto César Matos, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), ressaltou a relevância das reservas. “As RPPNs protegem a biodiversidade, conectando fragmentos florestais, e conservando recursos hídricos, enquanto promovem educação ambiental e turismo sustentável. Essas áreas privadas complementam as unidades de conservação públicas, ampliando a proteção dos ecossistemas e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. As criações de RPPNs por iniciativa do MP representam um compromisso institucional com a preservação do patrimônio natural baiano, garantindo de forma eficaz e com uma atuação resolutiva o desenvolvimento sustentável de nosso estado”, disse.
Compartilhando do mesmo pensamento, o presidente do Instituto Água Boa, Jorge Velloso, afirmou que “em um momento de evidências que atestam os efeitos das mudanças climáticas, as RPPNs apontam o caminho da esperança para a preservação ambiental”.
O promotor Pablo Almeida, gerente do projeto ‘Biomas da Bahia’, ressaltou a importância do reconhecimento feito pela Sema, destacando o trabalho da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento Ambiental (Sida) e da Diretoria de Política de Biodiversidade e Florestas (DPBio) no avanço dos processos para a criação das RPPNs.
Biomas da Bahia
Criado pelo Ministério Público em 2022, o projeto Biomas da Bahia tem como objetivo desenvolver um modelo de atuação administrativa e finalística, por meio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Ceama). A iniciativa busca apoiar a criação e a implementação de unidades de conservação de proteção integral na Bahia, especificamente na categoria RPPN, com foco na preservação da biodiversidade dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, presentes no estado. Jornal da Chapada com informações do portal Vinny Publicidade.