O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou duas portarias voltadas à preservação de importantes áreas da Chapada Diamantina: a Gruta do Lapão, em Lençóis, e a Gruta do Castelo, no Vale do Pati, em Mucugê. A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo de proteção do patrimônio natural brasileiro e entra em vigor a partir da data de sua publicação no Diário Oficial da União.
As grutas do Lapão e do Castelo são destinos turísticos de destaque e atraem visitantes em busca de aventura e contato com a natureza. A implementação de um plano de manejo é essencial para assegurar a preservação de suas características ambientais e espeleológicas, promovendo a conservação dos ecossistemas e garantindo que o turismo ocorra de forma responsável. Este plano visa equilibrar a exploração turística com práticas sustentáveis, minimizando impactos negativos e assegurando que as futuras gerações possam desfrutar da beleza e riqueza natural dessas formações geológicas.
Mauro Oliveira Pires, presidente do ICMBio, ao assinar as portarias, destacou a relevância de cumprir as diretrizes estabelecidas no plano de manejo, enfatizando que elas são fundamentais para assegurar a sustentabilidade das atividades espeleológicas na região.
A Gruta do Lapão, reconhecida como uma das maiores cavernas de arenito do Brasil, proporciona uma experiência fascinante aos exploradores e amantes da natureza. Com uma formação geológica rica e complexa, a caverna é o resultado de milhões de anos de processos naturais de erosão e sedimentação, que moldaram suas impressionantes galerias e corredores. Dividida em vários setores, cada parte da gruta possui características próprias, como salões amplos, passagens estreitas e formações rochosas peculiares, oferecendo uma diversidade de paisagens subterrâneas e desafios para aqueles que se aventuram por seu interior.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Max Fário, que vive na região desde 2003 e trabalha como atendente em um hotel nas proximidades da Gruta do Lapão, ressaltou o papel crucial que o turismo desempenha na economia local. “Daqui saem os principais passeios para a região. São tantos que é impossível ver tudo de uma vez. Sempre sobra algo para um retorno futuro”, explica.
o guia Bruno Helder afirmou que a trilha de 11 km que liga Lençóis à Gruta do Lapão apresenta um nível de dificuldade acessível. “Fica perto da minha casa, uns 30 minutinhos. Moro a 6 km de Lençóis. A Gruta do Lapão é formada por quartzo e ferro, por isso não é comum ver no interior formação de estalactites e estalagmites, mas ainda assim ela é repleta de beleza.”
Gisberg Barbosa, residente em Lençóis há três anos, destaca a relevância de se contratar guias experientes para a exploração segura da Chapada Diamantina. “É essencial perguntar se a pessoa quer um ponto turístico específico, sempre pergunto. A região é muito rica em rochas e é necessário ter conhecimento para explorá-la com segurança.”
Devido à abundância de solo rochoso na região, Gisberg enfatiza a importância de sempre contratar um guia qualificado para garantir uma exploração segura e adequada. “Gosto de indicar uma guia e bióloga, é uma experiência muito rica andar pelo Parque local”, brinca a moradora local.
Localizada no Vale do Pati, a Gruta do Castelo é outro atrativo bastante procurado. Com um salão que mede 20 por 25 metros e uma altura de 9 metros, a gruta apresenta um cenário impressionante. Contudo, o acesso a este local é mais complicado, exigindo cuidado devido ao piso inclinado e às pedras soltas na área de penumbra. A trilha para a gruta tem sua principal partida na Vila de Guiné, que fica a aproximadamente 10 km do Morro do Castelo.
Cidades como Andaraí, Itaberaba, Palmeiras, Lençóis, Mucugê e Ibicoara têm sua economia fortemente ligada ao turismo. Por isso, a conservação das belezas naturais, como as grutas, é essencial para assegurar tanto a sustentabilidade ambiental quanto a viabilidade econômica da região. Ao longo da trilha de 12 km, há paradas estratégicas que proporcionam a oportunidade de contemplar as montanhas e desfrutar de banhos relaxantes no rio Pati.
Conforme explica Rafael Vivela, um guia local, a maior parte da trilha é tranquila, embora existam trechos rochosos que requerem atenção redobrada. É importante ter em mente que, em dias chuvosos, a trilha pode se tornar escorregadia, demandando cuidados extras. Além disso, é fundamental estar em boa forma física e ter tempo suficiente para aproveitar ao máximo a experiência.
A Gruta do Castelo, localizada no Vale do Pati, é um dos destinos mais visitados, atraindo centenas de turistas todos os anos pela sua impressionante beleza. Com um salão que mede 20 por 25 metros e uma altura de 9 metros, a gruta é famosa por abrigar a chamada ‘Entrada do Rei’.
O acesso à gruta pode ser um desafio devido ao piso inclinado e à quantidade de pedras soltas e instáveis na área de penumbra. A trilha para chegar até lá tem seu ponto de partida na Vila de Guiné, que está situada a cerca de 10 km da base do Morro do Castelo.
De acordo com o guia Bruno Helder, ocorrências de acidentes nessas áreas são bastante raras. “Não, nunca ocorreu, o que mais acontece é a galera que vai por aplicativo de localização, e como na gruta não pega sinal de satélite, e por ser muito escuro, a galera acaba se perdendo”, frisa o morador de Barro Branco.
De diversas maneiras, a Chapada Diamantina, com suas impressionantes grutas, como a do Lapão e a do Castelo, oferece aos visitantes a oportunidade de viver uma aventura memorável. Por meio de um manejo responsável desses atrativos turísticos, os moradores da região podem assegurar a sustentabilidade de suas atividades, promovendo ao mesmo tempo a preservação do patrimônio natural e o desenvolvimento local. Jornal da Chapada com informações do portal Bahia Notícias.