O Brasil registra um aumento preocupante nos casos de LGBTQIA+fobia, conforme apontam dados do Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Até setembro deste ano, foram contabilizadas 5.741 denúncias de violência contra pessoas LGBTQIA+, enquanto o ano passado fechou com 6.070 registros, uma alta significativa comparada aos 3.948 de 2022. A maioria dos relatos envolve agressões contra homens gays, seguidos por mulheres trans e travestis, que enfrentam um contexto de exclusão e violência.
Especialistas apontam que o crescimento no número de denúncias reflete tanto uma maior conscientização e resistência das vítimas quanto o embate com uma sociedade tradicional que frequentemente discrimina essas identidades. O professor Ricardo de Mattos Russo, da UERJ, acredita que essa resistência se intensificou devido ao momento político do país, que gera confrontos e, por vezes, incita políticas de ódio. Segundo a professora Carla Appollinário de Castro, da UFF, homens gays entre 20 e 40 anos dominam os registros de denúncias, por se enxergarem como sujeitos de direitos, enquanto mulheres trans e travestis enfrentam maior dificuldade em reivindicá-los, dado o histórico de opressão.
No último ano, o Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH) reportou 11.120 vítimas de violência motivada por identidade de gênero ou orientação sexual. Entre essas vítimas, pessoas trans representam 38,5% dos casos. Dados revelam que 30% dos agressores são conhecidos da vítima, o que evidencia um ciclo de violência próximo e, frequentemente, no próprio ambiente familiar. Jornal da Chapada com informações do site Agência Brasil.