O Ministério Público Federal (MPF) deu início a uma apuração preliminar para investigar a atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no combate à Covid-19, apontando indícios de omissão por parte do Ministério da Saúde. A Procuradoria da República no Distrito Federal identificou falhas na busca por vacinas atualizadas e na realização de testes de diagnóstico, além de registro de milhões de doses vencidas, o que resultou em prejuízos e lacunas na imunização nacional.
O procedimento foi aberto com o objetivo de verificar possíveis “omissões”, “ineficiências” e “insuficiências” da atual gestão. Segundo o relatório, o governo Lula repete práticas da gestão de Jair Bolsonaro (PL), que também foi alvo de investigação no passado por sua postura em relação à pandemia.
O MPF distribuiu uma “notícia de fato” para iniciar a apuração, que pode resultar na abertura de um inquérito formal. No documento, a Procuradoria ressalta que as omissões persistem apesar da mudança de governo em 2023, indicando uma continuidade na falta de ações efetivas contra a Covid-19.
Em resposta, o Ministério da Saúde ressaltou sua defesa da ciência e da vacinação, destacando o comprometimento com orientações da OMS para reduzir casos e óbitos. No entanto, apesar da promessa de 70 milhões de doses em 2024, estados brasileiros enfrentam escassez de imunizantes para grupos prioritários, especialmente crianças.
Outras falhas citadas incluem a ausência de publicações atualizadas com dados sobre casos e variantes, além de um volume insuficiente de testes realizados no país. Essa carência de dados confiáveis é apontada pela Procuradoria como uma das razões para a percepção enganosa de queda na transmissibilidade do vírus.
Para o MPF, as dificuldades enfrentadas pela pasta são agravadas pela dependência de informações “imprecisas” e subnotificadas. O Ministério da Saúde, por sua vez, afirma ter intensificado a distribuição de testes e ampliado o programa de vacinação, mas os desafios na gestão das doses, incluindo a perda de vacinas da Moderna e da Coronavac, continuam sendo um obstáculo. As informações são do site Folha de São Paulo.