Em vídeo divulgado pelo WhatsApp, o empresário José Carlos da Itibiraba e o ex-prefeito João Filho (PSD) desdenham do julgamento marcado para o último dia 30 de outubro deste ano na 6ª Turma do TRF1.
No vídeo, o ex-prefeito, em tom jocoso, insinua que o julgamento não aconteceria na data marcada, como de fato não ocorreu em função de um pedido de vistas.
O desdém e a falta de respeito por parte do ex-prefeito pelo judiciário são evidentes, uma vez que debocha da marcação do julgamento e chega a afirmar que o mesmo não aconteceria, dando a entender que teria conhecimento antecipado sobre o andamento do processo.
O caso gerou indignação na população que esperava uma decisão sobre a elegibilidade do prefeito eleito, além de gerar suspeitas acerca da informação privilegiada.
A população vive a expectativa de que o processo seja julgado na próxima sessão da 6ª Turma do TRF1, onde novamente serão pautados os processos.
O histórico de João Filho acrescenta ainda mais combustível à controvérsia. Com mais de 200 processos judiciais em andamento, o ex-prefeito já apareceu até em horário nobre da Rede Globo no quadro ‘Cadê o Dinheiro Que Estava Aqui?’, do programa Fantástico.
Segundo divulgado pelo Fantástico, João Filho teria desviado mais de R$ 1 milhão por mês durante sua gestão, sendo denunciado por um secretário de governo indignado com tanta corrupção.
Ainda segundo a reportagem, o ex-prefeito chegou até mesmo a mandar invadir a casa do ex-secretário de governo que o denunciou, a fim de subtrair as provas que o denunciante guardava em sua residência.
O caso gerou muita indignação na cidade, sobretudo pelo modus operandi dos invasores que, armados, renderam o ex-secretário e o mantiveram refém juntamente com sua família, onde apontaram uma arma para a cabeça da filha de apenas nove anos do denunciante para obrigar o mesmo a entregar as provas.
Já no caso do TRF1 o processo versa sobre um pedido formulado pelo ex-prefeito com o objetivo de suspender os efeitos do acordão do Tribunal de Contas da União (TCU) que reprovou suas contas, tornando-o inelegível.
Com o pedido, o ex-prefeito visa tornar-se elegível, mesmo contra decisão do TCU. No julgamento do dia 30 de outubro a desembargadora federal Kátia Balbino, relatora do processo, exarou seu voto pela improcedência do pedido de suspensão, sendo seguida pelo desembargador federal Flávio Jardim. Entretanto, o julgamento foi suspenso em função do pedido de vistas do desembargador federal João Carlos Mayer.
A população de Itaberaba aguarda ansiosa pelo julgamento e acredita que a punição do ex-prefeito tem caráter pedagógico, uma vez que deixa claro para os próximos gestores que a malversação de dinheiro público será punida com rigidez.
A expectativa por parte da população é que o desembargador João Carlos Mayer também votará pela improcedência do recurso acompanhando o voto da relatora.
Jornal da Chapada