O Ministério Público da Bahia (MP-BA) realizou em Lençóis a Audiência Pública de Salvaguarda do Jarê, reunindo autoridades, associações, praticantes e simpatizantes da religião. Realizado na última quinta-feira (14) na Câmara Municipal de Lençóis, o evento teve como objetivo ouvir a sociedade civil e fortalecer a luta pelo reconhecimento do Jarê como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.
Durante o evento, foram analisados os desafios enfrentados pelos praticantes do Jarê, com o intuito de definir políticas que assegurem a preservação e valorização dessa tradição religiosa, marcada por suas profundas raízes ancestrais. As discussões abordaram, ainda, a importância de fortalecer ações que protejam o Jarê contra discriminações e garantam o reconhecimento de sua relevância cultural e espiritual na Bahia.
A Audiência contou com a presença de representantes de diversos terreiros de Jarê do município, entre eles os Terreiros Palácio do Ogum, Deus e Oxalá, Ogun Guerreiro, Água de Iemanjá e Castelo de Ogum. O evento ainda atraiu praticantes e lideranças religiosas de cidades vizinhas, como Andaraí, fortalecendo o diálogo em torno da valorização e preservação da tradição ancestral na Chapada Diamantina.
Conheça o Jarê
O Jarê é uma prática religiosa única da Chapada Diamantina que mistura elementos do kardecismo com influências africanas e indígenas, formando uma tradição singular conhecida como “candomblé de caboclos”. Esse culto envolve a crença em entidades espirituais que guiam os praticantes por meio de cânticos, danças e rituais, refletindo uma conexão forte com a ancestralidade e com valores comunitários.
Embora pouco conhecido fora da Chapada, o Jarê enfrenta desafios como o preconceito e a falta de reconhecimento. A preservação desse patrimônio cultural tem sido tema de discussões, reforçando a importância de políticas públicas para garantir sua valorização e continuidade.
Jornal da Chapada