Na Chapada Diamantina, os incêndios florestais nos brejões têm mobilizado uma força-tarefa que vai muito além dos bombeiros. O trabalho das brigadas voluntárias, como a BVL, BRAL, BVVC, e o Campo de São João, tem sido essencial para controlar e extinguir as chamas, especialmente durante a noite, quando a temperatura mais baixa facilita a ação das equipes.
Embora os bombeiros não atuem durante a noite, o controle efetivo do incêndio é feito pelas brigadas, que conhecem profundamente a região e suas peculiaridades. Durante a madrugada, as brigadas enfrentam o fogo, controlando as chamas até a chegada do dia, quando as altas temperaturas tornam quase impossível o trabalho de extinção. Pela manhã, a missão das brigadas é garantir que o fogo não reacenda, retirando qualquer vestígio ou sinal de chama remanescente.
Essas brigadas, formadas principalmente por nativos da região, são frequentemente as primeiras a chegar no local e desempenham um papel vital na prevenção e controle dos incêndios. Contudo, apesar de sua importância, elas continuam a enfrentar dificuldades como a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), equipamentos de comunicação, transporte adequado e reconhecimento por parte das autoridades estaduais.
O grande anseio das brigadas voluntárias é a criação do Comitê Interagências de Prevenção e Controle de Incêndios, uma proposta que visa coordenar e planejar as ações de combate aos incêndios de forma mais eficiente e integrada. Infelizmente, o governo estadual tem demonstrado resistência a essa ideia, o que compromete a resposta rápida e coordenada no enfrentamento dos incêndios. Sem o apoio necessário e sem uma estrutura mais organizada, a Chapada Diamantina corre o risco de perder sua maior riqueza natural.
As brigadas não se limitam ao combate ao fogo. Além das ações de resgate e limpeza de trilhas, elas também desempenham um papel fundamental na educação ambiental, alertando a população sobre a importância da preservação e prevenção de incêndios florestais. O trabalho incansável dessas equipes deve ser reconhecido e apoiado, pois, sem eles, o controle e a extinção dos incêndios florestais seriam ainda mais desafiadores.
Jornal da Chapada