Pesquisadores comprovaram que bactérias importantes para a sobrevivência humana conseguem resistir a condições extremas, como um lançamento espacial. Esporos de Bacillus subtilis foram levados ao espaço em 2022, com o lançamento de um foguete no Centro Espacial de Esrange, no norte da Suécia.
Após três anos de análise, os cientistas concluíram que as bactérias sobreviveram à aceleração rápida, microgravidade de curta duração e desaceleração intensa. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (6) na revista científica npj Microgravity, representando possivelmente o primeiro teste em condições reais fora de laboratórios.
A coautora do estudo, Elena Ivanova, da Universidade RMIT, na Austrália, ressaltou a importância dos resultados para missões espaciais:
“Isso significa que podemos projetar melhores sistemas de suporte de vida para astronautas, para mantê-los saudáveis durante missões longas.”
Como foi realizado o teste
Os esporos bacterianos foram levados a 260 km de altitude, enfrentando uma aceleração máxima de 13 g durante a queima do segundo estágio do foguete. Durante mais de seis minutos, os microrganismos ficaram em microgravidade, e no retorno à Terra enfrentaram uma força gravitacional 30 vezes maior que a do nosso planeta.
“Ao garantir que esses micróbios possam suportar alta aceleração, quase ausência de peso e desaceleração rápida, podemos dar melhor suporte à saúde dos astronautas e desenvolver sistemas sustentáveis de suporte à vida”, afirma Gail Iles, especialista em ciência espacial da RMIT.
Impactos além do espaço
A descoberta também tem potencial para a pesquisa farmacêutica, pois os dados podem ajudar a criar medicamentos que combatam bactérias resistentes a antibióticos.
“A descoberta ajuda no desenvolvimento de novos tratamentos antibacterianos e no aprimoramento de nossa capacidade de combater bactérias resistentes. Ainda estamos longe de algo assim, mas agora temos uma base para orientar pesquisas futuras”, afirma Elena Ivanova.
Os pesquisadores agora buscam recursos financeiros adicionais para expandir os experimentos biológicos em condições de microgravidade, abrindo caminho para novas descobertas na saúde humana e farmacologia.
Jornal da Chapada
















































