O governo brasileiro reagiu nesta semana à divulgação de um mapa da América do Sul publicada pelo presidente da Argentina, Javier Milei, que retrata o Brasil e outros países governados pela esquerda como grandes favelas, enquanto nações alinhadas à direita aparecem como modernas e futuristas. A resposta veio por meio do chanceler Mauro Vieira, que classificou a representação como distorcida e afirmou que o material “precisa de uma atualização urgente”.
Sem citar diretamente a Argentina, o ministro das Relações Exteriores elencou indicadores positivos do Brasil sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Vieira, o país tem avançado na modernização, no enfrentamento de problemas sociais e na recuperação econômica.
“Com o presidente Lula na Presidência, o Brasil se moderniza e enfrenta seus problemas sociais, não os varre para baixo do tapete. Temos cidades modernas, uma economia em crescimento, os mais baixos níveis de desemprego, reservas internacionais de US$ 360 bilhões e acabamos de sair novamente do Mapa da Fome, com recursos próprios”, declarou o chanceler.
A fala foi interpretada como uma resposta indireta à situação econômica da Argentina, que vive um período de forte instabilidade desde o início do governo Milei. Em 2024, primeiro ano da atual gestão, a taxa de pobreza no país vizinho alcançou 52,9% da população. No primeiro semestre deste ano, o índice recuou para 31,6%, mas ainda permanece acima do registrado no Brasil, que é de 23,1%, segundo dados do IBGE.
Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concedeu um empréstimo de US$ 20 bilhões à Argentina, tem alertado de forma recorrente para a necessidade de recomposição das reservas internacionais do país, consideradas atualmente em patamares críticos.
Mauro Vieira também destacou a solidez financeira brasileira ao lembrar que o país mantém estabilidade monetária há três décadas, quitou sua dívida externa há cerca de 20 anos e não possui débitos com o FMI. Integrantes do governo brasileiro, em caráter reservado, afirmam que a Argentina enfrenta dificuldades financeiras significativas e ainda acumula dívidas com países como China e Estados Unidos.
A troca de declarações ocorre às vésperas da LXVII Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, marcada para o próximo dia 20, em Foz do Iguaçu (PR), encontro que deve reunir os principais líderes da região em meio a um cenário de tensões políticas e econômicas.
Jornal da Chapada



















































