Mesmo do outro lado do mundo, o governador Jaques Wagner não deixou de dar um pitaco no assunto mais falado na imprensa política: a composição da chapa majoritária do PT para as eleições de outubro deste ano, com a presença de uma mulher na vice. Atualmente, a vaga é almejada por dois partidos tidos como fortes no que diz respeito à densidade eleitoral e à força política. PP e PDT disputam diretamente a indicação na composição encabeçada pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa. Mas o PCdoB corre pela ponta e já iniciou sua empreitada para barrar Marcelo Nilo (PDT) e Mário Negromonte (PP), colocando a deputada federal Alice Portugal também como concorrente ao posto.
A deputada comunista diz que não houve diálogo nem convite do comandante do processo de sucessão, que é o próprio Wagner, mas a conjuntura interna desta disputa aponta para uma mulher e também pode não ser Alice Portugal. Em entrevista à Rádio Metrópole, Wagner, direto de Quioto (Japão), externou seu interesse em dialogar com uma mulher para a composição, mas deixou a entender que essa mulher seria do PP ou do PDT e não do PCdoB como foi colocado.
“Surgiu a ideia de uma mulher na chapa e acho essa ideia simpática, porque cada dia mais nós defendemos a participação delas na política brasileira, mas claro que não é obrigatória. E eu não diria que é uma mulher de outro partido. Essa novidade eu não estou sabendo. Vai ver que quando eu vim para o Japão alguém fez isso aí”, afirmou o governador. Essa fala de Wagner se encaixa com o que o deputado Marcelo Nilo disse à reportagem da Tribuna quando foi questionado sobre a empreitada do PCdoB. “Acho que em uma altura dessas colocar outro partido [para disputar a vice] é mais um problema interno, mas o PCdoB tem direito de reivindicar”.
O governador, ainda durante a entrevista, disse que abriu mão de ser candidato este ano para ajudar a manter o projeto do PT e garantiu que os partidos políticos da base aliada estão unidos. Wagner também afirmou que os partidos receberam com entusiasmo a composição da chapa com Rui Costa (governador) e Otto Alencar (senador) e que os dois já estão trabalhando. “Evidente que eu vou trabalhar muito [nesta campanha]. Serei um cabo eleitoral nas eleições e o vice-governador eu espero que a gente decida depois do Carnaval. Temos condições de fazer uma bela campanha por tudo que a gente faz e fez nesses sete anos e pelos nossos candidatos”.
Já o deputado federal Mário Negromonte, em contato com a Tribuna, comentou que o PP não trabalha com a hipótese de racha, diferente do PDT, que ameaça lançar Nilo para o governo, caso não seja o escolhido para a vice. O progressista ainda informou que o governador poderia ter evitado todas essas especulações, inclusive as de rompimento da base. “Se o governador tivesse decidido isso lá atras, acabava com essa especulação”, finaliza. Extraído da Tribuna da Bahia.