Mesmo deixando a desejar no que se refere a grandes investimentos ou a políticas públicas voltados para os setores que englobam movimentos sociais ligados a questões como reforma agrária, reparação de ações de discriminação racial, debates de gêneros, direitos das mulheres, o governo baiano terá o apoio político irrestrito no processo de sucessão nas eleições de 2014. O apoio, já mencionado por alguns setores, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que luta pelo direito à terra, é para fortalecer o nome do pré-candidato Rui Costa na capital e no interior do estado, propagar e fazer o debate para a construção do programa de governo.
MST, setores do movimento negro, juventude do PT, DCE da Ufba, grupos que defendem os direitos LGBTs e das mulheres, todos estarão empenhados em disseminar ainda mais o nome do secretário da Casa Civil como sucessor do governador Jaques Wagner. Essa posição é superior ao governo estadual na relação com o movimento social, não só com a bandeira da reforma agrária, como também nas demais agendas dos movimentos nestes oito anos de governo.
De acordo com o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), líder do MST na Bahia, essa ineficiência do governo estadual não descaracteriza o apoio nem o comprometimento para as eleições em 2014. “Estamos empenhados agora em procurar propagar o nome de Rui Costa como o candidato do PT e do governador, além de fazer o debate sobre o programa de governo. Os movimentos de luta na Bahia estão direcionados para auxiliar nessa fase de pré-campanha e é isso que vamos priorizar, principalmente no interior. Vamos levar seu nome para as comunidades mais distantes”, afirma o deputado em contato com a Tribuna.
Questionado se o processo de eleição direta (PED) do PT dificultou as relações internas, o parlamentar disse que não e rebateu: “Nosso partido sempre foi um partido de luta e as eleições internas demonstram mais um meio de debates que aproxima os militantes das questões prioritárias da legenda e, agora, nosso propósito é a eleição de Rui Costa”, finaliza.
O diretor nacional e coordenador do MST na Bahia, Márcio Matos, em entrevista à Tribuna diz que o apoio dos sem-terra é em torno do projeto do PT, e mesmo o governo tendo avançado pouco nas ações de reforma agrária, o MST dará apoio irrestrito ao nome de Rui Costa. Ele também destaca o empenho do governo federal para voltar a debater a reforma agrária na gestão e na sociedade.
“Precisamos de respostas sobre as questões da reforma agrária, mas estamos unidos neste projeto do PT para a Bahia, por entender que é o melhor caminho para os debates”. Extraído da Tribuna da Bahia.