O ministro dos Transportes, César Borges (PR), é enfático ao sair na defesa da candidatura de Rui Costa, do PT. Ele diz que o petista vai tomar fôlego e se viabilizar. E evita opinar sobre o nome mais forte para encabeçar o projeto oposicionista. Ex-aliado do DEM e do PMDB, César diz que não saberia lhe dizer qual o nome dará mais dificuldade ao postulante petista. “Eu não sei fazer esse tipo de avaliação, que não me cabe”. Ao lado do presidente estadual do PR, José Rocha, o ministro participou do primeiro almoço do ano em comemoração aos 45 anos da Tribuna da Bahia. Ele foi recebido pelos diretores Walter Pinheiro (presidente), Marcelo Sacramento (Relações Institucionais) e Paulo Sampaio (Redação).
Tribuna da Bahia – O senhor tem sido apontado como um ministro tocador de obras, que tem dado celeridade às ações do Ministério. Como está vendo esse trabalho?
César Borges – Eu não sei se eu sou tocador de obra ou não. Eu sei que a minha maneira de ser é essa. Eu não me contento com status quo, eu quero é andar rápido. O Brasil precisa de uma logística moderna, compatível com século XXI e com os países mais modernos. Nós constatamos que o Brasil gasta quase o dobro do faturamento das empresas com logística. Você gasta 14% do faturamento das empresas com logística, enquanto, nos países mais modernos, esse número é de 6% a 7%. Nós temos que chegar a esse ponto e há uma determinação da presidente Dilma em alcançar isso. Claro que não vamos conseguir isso apenas com os investimentos públicos, mas, felizmente, o Brasil vive uma fase de investimentos públicos de ouro. Isso porque não temos dificuldade de ter os recursos. Meu Ministério dos Transportes, no passado, gastava por ano R$2 bilhões, quando gastava muito. Hoje, nós estamos com o orçamento de R$25 bi. Então, o desafio é gastar R$15 bi no exercício de um ano. Isso considerando só o que está no OGU (Orçamento Geral da União). Se for considerar restos a pagar, ainda há mais R$12 bi. Seria possível gastar, teoricamente, até R$27 bi.
Tribuna – O que a gente tem de ação importante para a Bahia, ministro?
César – Temos muita coisa em andamento. Agora, o que a presidente tem que ver também é a parceria com o setor privado, que ela tem incentivado a participar. A Secretaria de Aviação Civil fez leilões dos aeroportos e nós, do Ministério dos Transportes, fizemos cinco leilões com pleno sucesso de rodovias federais no ano passado. É um bom caminho, temos muito que fazer. Se isso é ser tocador de obra, então eu quero ser.
Tribuna – E o que está sendo tocado na Bahia que vai ficar como marca de César Borges no Ministério dos Transportes?
César – Nós temos muitas coisas. Eu vou tentar resumir um pouco: em primeiro lugar, nós temos a FIOL, que é um grande projeto estruturante que foi conseguido para a Bahia junto ao presidente Lula, graças ao prestígio político do governador Jaques Wagner. Mas essa obra teve alguns problemas no início, como a falta de projetos executivos, problemas de licença ambiental e as coisas não avançaram no ritmo desejado. O que estamos fazendo é destravando isso. Quando eu cheguei ao Ministério, em abril do ano passado, eram faturados por mês, se muito, R$20 milhões. Hoje, nós estamos gastando R$120 milhões por mês e esse ano eu quero chegar a mais de R$250 milhões por mês na FIOL. Só tinha três lotes trabalhando e agora são oito. Nós estamos resolvendo, agora, seis dos oito e no meio de março eu quero que todos os oito estejam sendo trabalhados.