A onda de racismo no futebol foi assunto do discurso do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), na terça-feira (11), no plenário da Câmara. O parlamentar cobra do governo federal ampla campanha contra os atos durante o período da Copa do Mundo no país, para divulgar a posição do governo e as leis brasileiras. “Nós não podemos tolerar, de forma nenhuma, o racismo. Se há racismo no futebol, isso significa que a sociedade brasileira também é racista, e isso nós não podemos aceitar. Estou enviando uma sugestão ao Planalto para que possamos fazer uma grande campanha contra o racismo no esporte”, sinaliza o petista.
Valmir Assunção cobra uma campanha com vídeo, propaganda em TV, folders, com tudo que a publicidade puder oferecer como política educativa e formativa contra o racismo e também contra atos homofóbicos. “Mesmo que o crime de homofobia ainda não esteja previsto no Código Penal, não podemos tolerar que declarações homofóbicas sejam naturalizadas nos campos de futebol, nas quadras esportivas. Nossos atletas não podem ser calados, por terem medo de retaliações. Isso não é um problema para se acostumar. É preciso enfrentamento organizado por política pública e punição exemplar contra toda e qualquer situação racista em nossa sociedade”, pontua.
Faltam poucos meses para a Copa do Mundo e apesar da contagiante alegria que o evento causa à população, um fantasma assombra a festa: o racismo. “É o caso das bananas colocadas no carro do árbitro Márcio Chagas, no Rio Grande do Sul. Ou os gritos de macaco proferidos contra o volante santista Arouca, em São Paulo. Ou o caso de Tinga, do Cruzeiro, que ouviu sons vindos das arquibancadas do estádio IV Centenário que imitavam macacos toda vez que ele tocava na bola durante a partida contra o Real Garcilaso, em Huancayo, pela Libertadores – caso, inclusive, ainda não julgado pela Conmebol”, destaca Assunção, que ainda lembra que Neymar, o craque brasileiro, também sofreu com racismo em um amistoso contra a Escócia, em março de 2011.