O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) voltou a criticar a forma como o governador Jaques Wagner (PT) trata seus “aliados”. A análise foi feita a partir dos questionamentos em relação à não entrada do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), na chapa majoritária que disputará a eleição de outubro e será encabeçada por Rui Costa – tudo indica que a vaga de vice será ocupada pelo deputado federal João Leão (PP).
Embora reconheça que nada tem a ver com a formação da chapa adversária à dele, o peemedebista não se eximiu quando instado a comentar. De acordo com ele, Marcelo Nilo (PDT) está sendo tratado como o “bagaço da laranja”. O parlamentar lembra que o presidente do Legislativo baiano sempre apoiou o governo petista, mas que pode pagar o preço que muitos outros supostos aliados já sofreram.
Lúcio não compara, mas existe relação entre o que está acontecendo na Bahia com o movimento iniciado por parte da bancada peemedebista na Câmara Federal. Liderados pelo deputado federal Eduardo Cunha, do Rio Janeiro, diversos parlamentares do partido deixaram a base aliada e cobram do governo federal mais participação efetiva nas decisões. O ex-presidente do PMDB da Bahia afirma que a ação tem o objetivo de fazer com o diálogo seja aberto.
Ele acusa a gestão da presidente Dilma Rousseff de impor medidas autoritárias ancoradas numa relação fisiológica que mantém com outros partidos. Lúcio afirma que a declaração de Cunha, sobre o PT ter um projeto hegemônico que afasta os aliados, transmite o sentimento presente em toda a bancada do PMDB em Brasília. “Não é porque temos cargos que não podemos participar das decisões. Esta conta não fecha”.
Ao trazer o assunto à tona, o peemedebista voltou a citar a “faxina” que Dilma fez assim que assumiu a cadeira maior do Poder Executivo nacional. Naquela época, lembra o deputado, houve um movimento para limpar a Brasília, tirando todos aqueles que respondiam ou tinham qualquer relação com algo errado. “Agora, o que se vê é o retorno de todos estes em um movimento que visa apenas a reeleição, tempo de tv e rádio. É o fisiologismo puro”.
“O PT está querendo aparelhar o Brasil como o governo venezuelano fez”, acusa. O deputado federal não acredita que os petistas lograram êxito, mas que as iniciativas de controle estatal demonstram a intenção. “Não se perde uma oportunidade de falar em controle da mídia e agora da internet com a aprovação do marco civil da internet. É preciso ter atenção e pressionar”.
Sobre a chapa da oposição, Lúcio Vieira Lima não comentou. A expectativa é que nos próximos 10 dias uma decisão seja anunciada pelo coordenador do processo na oposição: o prefeito de Salvador ACM Neto. Extraído do site Bocão News.