Na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (FDUSP), neste 31 de março, dia que representou o orquestramento do golpe de 1964 que culminou com a retirada de João Goulart do poder e a instauração de uma ditadura, o professor Eduardo Botelho Gualazzi tentou prestar uma homenagem aos golpistas com a leitura de uma carta chamada “Ode ao Golpe Militar de 64“. O docente certamente não contava com o engajamento de alguns jovens estudantes que foram e são capazes de indignar-se com o capítulo da história brasileira que institucionalizou a tortura, a censura e a desigualdade. “Podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me sem comer… que eu não mudo de opinião”.
(Vídeo de Junia Lemos)
Confira abaixo o depoimento de um estudante da FDUSP sobre o episódio.
Guilherme Rossini
Poderia ser mais um dia de aula, como outro qualquer, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Quando, de repente, um professor começa a ler uma carta de “Ode ao Golpe Militar de 64″.
Por sorte, os alunos não permitiram tamanha ofensa àqueles que foram mortos e torturados pela Ditadura. Episódios como esse me fazem sentir orgulho de estudar naquele local; ao lado de pessoas democráticas e politizadas, ainda que o mesmo não possa ser dito de alguns professores…
Nesse sentido, passados 50 anos do “Golpe da Mentira”, sinto-me na obrigação de bradar pelos seguintes dizeres:
“Pelo Direito à Memória! Pra que nunca ninguém se esqueça! Pra que nunca mais aconteça!”
Assista aqui a um vídeo mais completo do protesto, divulgado pela página Canto Geral.