No baixo clero da política baiana a divisão do grupo político é dada como certa. O prefeito ACM Neto (DEM) já teria sido convencido por caciques do democratas e do PSDB a apoiar o ex-governador Paulo Souto em detrimento de Geddel Vieira Lima (PMDB). A reportagem do site Bocão News conversou com diversos deputados e líderes partidários, todos pediram para o assunto ser tratado sem a exposição do nome, mas foram unânimes ao lamentar a separação. O anonimato se deve às negociações vindouras e ninguém quer perder espaço.
Embora a preferência do prefeito ACM Neto, expoente opositor ao projeto petista no Brasil, não tenha sido oficializada, a fumaça já tomou conta do achatado cenário político e dificilmente uma nova saída de emergência será construída nesta reta final. As justificativas para a bifurcação são diversas, mas a confiança na lealdade de Paulo Souto, somada aos resultados de pesquisas internas são vistas como determinantes. Os levantamentos apontam uma diferença considerável entre o ex-governador e o ex-ministro do quesito intenção de votos.
A rejeição de Paulo Souto, conforme a aferição, também é menor. Contudo, os peemedebistas acreditam na “novidade” Geddel. O cacique do PMDB nunca foi governador e, portanto, não tem dados para comparar. Os petistas, espectadores, esperam colocar as planilhas debaixo do braço para mostrar como a atual gestão é melhor que as anteriores. Um líder do PTN confidenciou que está conversando com Paulo Souto e com o PMDB. Este é mais um indício da provável divisão. Outro parlamentar do DEM avalia que a obsessão de Geddel em ser governador é o problema. Ele remontou um cenário que vem se repetindo nos últimos pleitos.
“Em 2010, Geddel falava em unir as oposições, mas para isso ele teria que ser o candidato. Em 2012, na eleição municipal, disse a mesma coisa, mas o PMDB queria indicar e veio com Mário Kertész num cenário que ACM Neto tinha larga vantagem. Agora, a mesma coisa. Quer dizer que só tem união se ele for o candidato?” Em conversas anteriores com a reportagem do Bocão News, Geddel e o deputado federal Lúcio Vieira Lima sinalizaram que só vão se pronunciar sobre o assunto após o anúncio oficial de ACM Neto, nomeado coordenador do processo. A dupla vai aguardar e tem trabalhado nos bastidores para conseguir reunir apoios.
Assessores de um deputado do DEM já arregimentam profissionais para trabalhar na campanha de Souto. As pedras estão lançadas e ao que parece apenas uma guinada histórica mudará o desfecho desta peleja. O cenário é o mais interessante para o candidato governista Rui Costa. A senadora Lídice da Mata (PSB) também assiste de camarote esta celeuma. Do mesmo modo, ficou na espreita da escolha do vice da chapa petista. Deu João Leão e contato foi feito instantaneamente com Marcelo Nilo (PDT). O presidente da Assembleia Legislativa não topou, mas o peemedebista pode optar por outro caminho.
Fato é que Geddel conta com apoios nacionais fortes. O próprio presidenciável Aécio Neves estaria propenso a apoiá-lo. Um palanque a mais no quarto colégio eleitoral não cairia mal. Eduardo Campos, pré-candidato à presidência pelo PSB, também pode negociar com o PMDB baiano. A conjuntura foi narrada, mas em política nada é impossível até as cortinas se fecharem. Extraído do site Bocão News.