Ainda não é oficial, mas, conforme informações de bastidores, todos os caminhos da oposição levam ao ex-governador Paulo Souto (DEM) como o escolhido para o governo, na chapa articulada pelo prefeito ACM Neto (DEM). Da rodada de reuniões que aconteceu ontem, ficou a indefinição sobre o que fazer para acomodar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) na vaga do Senado.
Ele ainda se mantém resistente e não teria descartado a possibilidade de sair sozinho na disputa pelo Palácio de Ondina. Para a definição de Souto, segundo informações de bastidores, estariam sendo usados critérios objetivos, como pesquisas de intenção de voto, tamanho das bancadas e do partido na capital e no interior, sobretudo, devido o DEM comandar os dois maiores colégios eleitorais da Bahia.
Através de nota, o presidente estadual do DEM, Paulo Azi, informou que “em função de ainda estar em andamento as conversações entre os diversos partidos que compõem o conjunto das oposições na Bahia, oficialmente, o Democratas, através do seu presidente”, solicitava ao prefeito ACM Neto “que aguardasse por mais alguns poucos dias para a definição desses entendimentos e consequente divulgação da chapa da oposição que disputará as eleições desse ano”. Com isso, toda a classe política continua com os olhos atentos para as próximas declarações dos caciques da siglas, já que a tendência é que o anúncio do nome que disputará com Rui Costa (PT) aconteça a qualquer momento. Tudo dependerá da nova arrumação e dos acordos em curso.
Chapão na proporcional
O maior receio dos atuais deputados que fazem parte do blocão DEM-PSDB-PMDB é que o rompimento da oposição na chapa majoritária prejudique as eleições ao Legislativo. A unidade das três legendas promoveria facilidade na eleição de deputados, além de fortalecer a condição de disputa da chapa principal. Na Raio Laser de ontem (4) foi noticiado que existe uma pressão interna para que não haja o racha entre o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), partindo dos próprios deputados.
Em resposta, o deputado estadual Leur Lomanto Jr. (PMDB) divulgou nota e negou que haja pressão. “Diante das circunstâncias, os deputados do PMDB deixam claro que qualquer decisão que o pré-candidato Geddel Vieira Lima tomar terá total e irrestrito apoio de sua bancada e dos demais pré-candidatos a estadual e federal do partido”, afirmou.
O líder do DEM na Assembleia Legislativa, deputado Carlos Gaban (DEM), confirmou a existência do chapão. O democrata acredita que a ação surge como forma de agregar e beneficiar as legendas oposicionistas. “O DEM não sofreria prejuízos caso saísse sozinho, pois em 2010 aconteceu o mesmo e hoje os nossos parlamentares cresceram e temos bons nomes como pré-candidatos, mas em nome da unidade acordamos a parceria no chapão, o que esperamos fazê-lo. Nós temos um projeto político e não podemos pensar individualmente e sim na coletividade”, declarou. Mas é certo que em um possível rompimento do DEM e o PMDB, a sigla de Geddel não terá como se sustentar no chapão, pois ficarão em polos diferentes da política, o que prejudicaria bastante os peemedebistas. Extraído da Tribuna da Bahia.