Em 2014 completa 18 anos do massacre a camponeses sem-terras, que marcou negativamente a história do Brasil. Eldorado dos Carajás foi lembrado pelo deputado Valmir Assunção (PT-BA), líder do MST na Bahia, durante discurso na Câmara Federal. De acordo com o petista, outros massacres como este podem ocorrer caso não seja resolvido a questão da democratização da terra no nosso país. O caso do massacre de Eldorado dos Carajás aconteceu no dia 17 de abril de 2006, onde 21 sem-terras foram assassinados por policiais comandados pelo então governador do Pará.
“Infelizmente, nem todos os culpados foram devidamente punidos. Em maio de 2012, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira foram presos e condenados, o primeiro a 228 anos e o segundo a 158 anos de reclusão, pelo massacre. Precisou-se de 16 anos para que estes fossem condenados. Os demais policiais não foram punidos. Amir Gabriel, na época governador do Pará pelo PSDB, morreu sem nunca ser julgado”, lembra Assunção, que ainda declara que o genocídio cometido contra os trabalhadores não diminuiu a força do MST.
Processos judiciais
Atualmente, 193 áreas se encontram com processos judiciais que impedem aquisição pelo Incra. São mais de 986 mil hectares de terras, em todo o país, que dependem da Justiça para a sua liberação para a reforma agrária. “Lidamos com o poder Legislativo contaminado pelos interesses da bancada ruralista, que apoia a violência contra trabalhadores. O Executivo também não está se diferenciando, ao não investir na obtenção de terras para a reforma agrária, por não ter a ousadia de mexer na concentrada estrutura fundiária do nosso país”.
Mais informações
Em 2012, o número de assassinatos no campo cresceu 10,3% em relação a 2011, subindo de 29 para 32. As mortes aconteceram, em sua maioria, no Pará e em Rondônia, estados onde os conflitos por terras e as disputas em torno da exploração ilegal de madeira têm recrudescido nos últimos anos. No país, de 2000 a 2012, os conflitos agrários provocaram 458 mortes. Em 2013, mais casos marcaram a luta pela terra: os assassinatos de Cícero Guedes, no Rio de Janeiro, de Regina dos Santos Pinho, militante do MST e CPT e o assassinato de Fábio dos Santos, no MST-BA, em Iguaí.