Nos bastidores da política, os capítulos ainda são de negociação entre os partidos. A dois meses dos prazos das convenções e com as chapas das majoritárias quase formadas, os partidos exploram o arranjo de apoios. Numa situação mais diferenciada, já que ainda não fechou o nome para a vice, a senadora e pré-candidata ao Senado, Lídice da Mata (PSB), intensifica ainda mais as conversas para atrair aliados. Entre os partidos que estariam em articulação com a líder socialista são citados o PSC e o PSL. Com menores representações, mas com lideranças espalhadas pelo estado, as siglas integram a base de sustentação ao governador Jaques Wagner (PT).
A senadora que estava ontem em Brasília sentiu o impacto do paradeiro nas negociações, em função da greve da Polícia Militar da Bahia. Segundo ela, não tinha como articular esses assuntos, durante os últimos episódios. “Estamos conversando, mas não há nada certo”, desconversou ontem. Nos bastidores, surgiram rumores de uma aliança do PSL com o PSB. Consta que o partido só não romperia com o governo ainda porque tem participações na gestão. Entre os motivos para um suposto namoro com o PSB seriam as coligações nas proporcionais a serem formadas pela base do governo que poderiam desfavorecer o PSL.
O partido tem como integrantes na Assembleia Legislativa, Deraldo Damasceno e Nelson Leal. Há interpretações de que a coligação do PT só vai ajudar os grandes que envolvem o próprio PT, o PSD, o PP e o PDT. O deputado Nelson Leal negou ontem que haja movimentação com o PSB. “Se tivesse alguma situação desse tipo eu seria comunicado. Acredito que a tendência é de permanência (na base)”, disse, informando que passou os últimos dias viajando pelo interior do estado.
Contudo, questionado sobre as chapas proporcionais, ele sinalizou que o partido não pode se sentir prejudicado na coligação. Segundo o deputado, a expectativa de três coligações na base e o PSL deve ficar com aqueles que possuem a mesma perspectiva de competição. A reportagem não conseguiu falar com o presidente do partido, Antonio Olivo. No PSC, o impasse seria a pré-candidatura para o Senado, que é um anseio já explicitado. O partido pretende lançar o presidente estadual Eliel Santana na vaga, como forma de sustentar o palanque do candidato a presidente da República do PSC, na Bahia.
“Temos uma relação muito boa com a senadora Lídice. Fui do PSB, inclusive na época fui o deputado mais bem votado pelo partido na Assembleia, porém o que dificulta é que ela já tem uma candidata ao Senado”, disse. Conforme o dirigente, o partido ainda pretende conversar com o governo. Extraído da Tribuna da Bahia.