“É preciso restabelecer a confiança entre o governo e a polícia”, afirmou o pré-candidato oposicionista a governador, Paulo Souto (DEM), em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, na manhã desta terça-feira (29). Para ele, essa falta de confiança seria um dos fatores para o problema da segurança pública na Bahia, que já vitimou 34 mil baianos nos últimos sete anos.
Além de rediscutir a relação do governo com a polícia, no caso de eleito, Paulo Souto pretende melhorar a distribuição do contingente de policiais, fazer investimentos em tecnologia e estratégias de prevenção ao crime. “A segurança é uma questão emergencial”, disse, lembrando que o combate à criminalidade exige também a participação ativa do governo federal, pois o contrabando de armas e o crime organizado atuam em escala nacional.
Para ele, a segurança pública é um dos itens das chamadas seguranças sociais, que abrangem ainda saúde, educação e programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. “Foi a insatisfação com a má qualidade desses serviços públicos essenciais, que motivaram as manifestações de 2013. Vamos focar na melhoria deles na Bahia”.
Quando questionado sobre a possibilidade de comparação adversária dos números do atual governo com o seu, Souto, depois de ressaltar a necessidade de que esses números fossem auditados por não baterem com pesquisas oficiais, disse não temer comparativos até porque os resultados reais de comprar mais viaturas ou coletes, por exemplo, não evitaram a crescente e alarmante violência na Bahia.
“Enquanto Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco reduziram seus índices de assassinatos, o que se viu foi a Bahia se transformar num dos estados mais violentos do Brasil nesses últimos sete anos. E não era assim quando eu fui governador”, lembrou Souto.
Na opinião de Souto, se já não bastasse o atual governo petista deixar a saúde pública em caos e a educação com um dos piores índices de avaliação do país, o estado se tornou um devedor crônico, com atraso permanente no pagamento de fornecedores e prestadores de serviços. “Há três anos os relatórios financeiros indicam um buraco de R$ 2,5 bilhões nas contas. Para fechá-las, há o desvio de recursos vinculados, como de saúde e educação para pagar despesas que deveriam ser quitadas por outras fontes próprias”, explicou o líder democrata.
Paulo Souto deixou claro que segue uma tradição de políticos, tendo como exemplo o falecido senador Antonio Carlos Magalhães, que zela pela administração pública. “ACM cultivava o apoio dos partidos, mas dentro de limites que não comprometessem a gestão, assim como eu”. O pré-candidato ainda falou de seus planos de políticas de desenvolvimento regional para a região do semiárido, de investimentos em infraestrutura e da retomada da industrialização do interior.