“Ninguém gosta de café requentado ou de chocolate frio. Não queremos a continuidade dessa política exclusivista do PT. A continuidade do PT significa o caminho da não política”, disse na última sexta-feira (2), Lídice da Mata, pré-candidata ao governo do Estado pelo PSB. Lídice fez a afirmação para plateia de cerca de 500 pessoas no auditório de uma faculdade privada em Ilhéus, no sul baiano. Após muito protelar, o PSB da Bahia aproveitou a passagem dos pré-candidatos do partido à Presidência, Eduardo Campos e Marina Silva, para assumir, finalmente, a oposição ao governo do Estado.
As pré-candidatas ao Senado e ao governo, Eliana Calmon e Lídice da Mata, não pouparam críticas ao estilo de política do PT no âmbito estadual e encontraram amparo na fala de Campos. “As pessoas não querem a continuidade e não querem que o passado volte. O que acontece na Bahia é o mesmo que acontece no Brasil”, afirmou Campos, numa espécie de comício indoor – a legislação eleitoral impede que atos políticos sejam feitos em espaços abertos antes de 5 de julho.
O PSB da Bahia, que até dezembro do ano passado compunha o governo estadual com a Secretaria de Turismo, comandada por Domingo Leonelli, desistiu do tom comedido. As críticas não foram incisivas ao governador Jaques Wagner, porém o ex-secretário de Turismo usou um tom duro para avaliar o modelo petista de conduzir a política.
“Rui Costa não existe politicamente”, disse Leonelli . Eliana Calmon teve como alvo a administração de Wagner – ainda que não tenha citado o nome do petista. “Este governo faz a distribuição de acordo com as suas preferências político-partidárias. Eu não quero fazer a política que historicamente atravessou esse país. Eu quero fazer uma nova política”, defendeu a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que costuma faz palestras pelo interior da Bahia. O texto é do jornal A Tarde.