Ao gravar o último programa da série “Eleições 2014 – uma conversa com o presidente do TSE”, o ministro Marco Aurélio reafirmou na segunda-feira (5) a importância do voto de cada eleitor brasileiro e destacou que votar branco, nulo ou deixar de votar é se omitir. “É uma omissão quanto aos destinos do país, quanto ao Brasil que nós queremos. Não adianta cruzar os braços e aguardar que esse Brasil surja. Nós precisamos participar e uma forma de participação é escolhendo bem os que exercerão os cargos para servirem aos cidadãos em geral e não para se servirem desses cargos”, afirmou.
O ministro Marco Aurélio destacou que nas eleições de 2010 houve 36 milhões de votos brancos e nulos e há uma preocupação para este ano de esse número aumentar, o que pode comprometer a legitimidade dos eleitos. Segundo ele, é por essa razão que o TSE tem feito publicidade institucional para conscientizar o eleitor a comparecer no dia 5 de outubro e formalizar se está contente ou não com os políticos existentes. Para ele, essa formalização deve ser na urna eletrônica, que é “o local de protesto por excelência”.
Renata Lo Prete, da Globo News, foi uma das convidadas do programa e, sobre esse mesmo tema, afirmou que o número de abstenção deve ser estudado junto com outras manifestações como, por exemplo, “as manifestações de junho e toda uma agenda de descontentamento que surgiu a partir dessas manifestações como uma forma de entender melhor o que o eleitor quer e, principalmente, o que o eleitor está dizendo que não quer mais”.
Outros temas
Durante o programa, outros temas foram abordados como financiamento público de campanha, Lei da Ficha Limpa, unificação das eleições, reforma política, participação das mulheres na política, voto obrigatório, entre outros. Paulo Gusmão, do Jornal de Brasília, também foi um dos convidados desta edição e afirmou que diante da importância que tem a mulher cada vez mais na sociedade, e pelo fato de termos uma mulher presidente da República, ainda é muito pequena a participação feminina na política, principalmente no legislativo. “É interessante ver o esforço da Justiça Eleitoral para tentar reverter esse quadro”, afirmou ao fazer referência à campanha do TSE que incentiva as candidaturas femininas nestas eleições.
Já o correspondente internacional Anthony Boadle, da Agência Thomson Reuters, questionou o ministro sobre voto facultativo e, ao final, afirmou que o “Brasil já é um país maduro e, assim como em outros países desenvolvidos, não deveria ter voto obrigatório, e sim facultativo”. Ele ressaltou que o país tem um sistema eleitoral internacionalmente bem visto como “transparente, justo e eficaz”.
Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, questionou a opinião do ministro Marco Aurélio sobre a quantidade de partidos políticos existentes no Brasil. Ao final, ela ponderou que há dois lados nessa questão que apontam vantagens e desvantagens, isso porque, segundo ela, “governar com mais de 30 partidos numa Assembleia não é uma tarefa fácil e começa a criar um toma lá dá cá e negociações que são muito complicadas”. No entanto, por outro lado, apontou que, de fato, o sistema aberto inclui mais com a possibilidade do pluripartidarismo. As informações são do site do TSE.