Em sua maior queda desde outubro de 2013, as exportações baianas registraram redução de 23,1% no último mês de abril (US$ 757,1 milhões), comparado a igual período do ano passado, sendo intensificada a queda dos preços internacionais de commodities importantes da pauta baiana como soja, celulose, metais preciosos e café. A valorização do real, em média de 6,5% até abril e dos custos internos em 8,2% até março, reduziu a rentabilidade das vendas externas. As importações também registraram – pelo segundo mês consecutivo e depois de nove meses seguidos de alta – queda de 17,1% no mês, atingindo US$ 566,2 milhões. As vendas de derivados de petróleo registraram incremento de 7,4%, alimentando a expectativa de um melhor desempenho do produto para a balança comercial deste ano.
A oscilação cambial não permite um prognóstico seguro sobre o comportamento das importações, que no ano acumula ainda um crescimento de 5,4%, mas o arrefecimento da produção industrial que registra queda de 2,5% no primeiro trimestre já vem cortando boa parte do seu fôlego. A queda nas compras externas de matérias primas e intermediários e de bens de capital nos últimos dois meses indica que a demanda em baixa deve prevalecer sobre o estímulo de eventual continuidade da valorização do real. A queda dos preços na média em 3,4% (no ano já chega a 11%) e a fraca demanda dos principais mercados para as exportações estaduais fizeram com que o volume embarcado encolhesse 20% em abril. No ano, continuam em retração o quantum para a UE (-2%), EUA (-9%), Argentina (-18%) e até a China, que no último trimestre ainda apresentava incremento, passou a registrar queda de (-16%), com os resultados negativos de abril.
Embarques
As maiores contribuições negativas para os resultados de abril foram da soja, que teve queda das receitas em 46,1%, por conta da enorme antecipação dos embarques ocorridos em março, sob o temor de uma queda ainda maior de preços, que de fato ocorreu. Também do setor metalúrgico, que, influenciado pela queda de 8,6% nos preços médios do cobre, apresentou uma redução de 48,4%, e do automotivo, que caiu 38%, influenciado pelo encolhimento do mercado argentino que tem problemas cambiais e assiste a uma retração das atividades internas. No quadrimestre, as exportações baianas atingiram US$ 2,76 bilhões, queda de 8,5% ante igual período do ano passado, enquanto que as importações chegaram a US$ 2,66 bilhões – incremento de 5,4%. O saldo comercial é positivo em US$ 101,6 milhões.