Uma recente pesquisa do site de relacionamentos ParPerfeito revela: as mulheres não resistem ao chamado do celular, nem durante um encontro. A enquete, feita com 1.300 usuários, descobriu que 64,5% delas já atendeu ao celular em um “date”, contra 39,1% deles. O maior chamariz das mulheres ao telefone é a família. Dentre as participantes da pesquisa, 54,8% afirmou já ter interrompido um encontro romântico para atender à ligação de um familiar. Entre os homens, esse percentual foi de 28,8%.
O psiquiatra Jairo Bauer, consultor de relacionamentos do ParPerfeito, tem uma explicação. “Entre mulheres e homens, muitas vezes as mulheres têm filhos de outros casamentos, e sabemos o quanto essa questão é importante na vida delas. Os homens também podem ter filhos de outros relacionamentos mas, se ele está em um encontro e o filho liga, ele simplesmente escolhe falar com a criança mais tarde. A ocupação da mulher com a família é mais ampla do que a do homem, talvez isso nos ajude a entender (o resultado)”.
Mentira. Foi para atender à chamada, não de um filho, mas do próprio pai, que a relações públicas Carla*, 26, interrompeu um encontro com um gatinho. O problema, nesse caso, foi a circunstância: a moça estava saindo do motel quando, na verdade, deveria estar chegando em casa. “Era para eu ter voltado para Belo Horizonte no ônibus de meio-dia e chegado às 16h, mas eu não voltei. Aí, meu pai me ligou para saber se eu havia chegado bem, mas, na verdade, eu estava saindo do motel no interior”, revela. Para não admitir para o pai onde estava, mentiu. “Inventei que, quando fui comprar passagem, não tinha mais e que estava na casa da minha tia”, conta aos risos.
Apesar do inconveniente, a própria Carla acredita que teria sido pior se, em vez de atender à ligação, ela tivesse ficado trocando mensagens. “Acho falta de educação. Mensagem, quando alguém responde, nem pede desculpa nem nada. Simplesmente ignora ou finge que está ouvindo o que a outra pessoa está falando”, diz.
De fato, as mensagens nos encontros incomodam bastante. Dentre os participantes da pesquisa do ParPerfeito, 62% das mulheres e 50,3% dos homens relataram já ter participado de um encontro em que o parceiro ou a parceira tivesse ficado mexendo no aparelho. Para Bauer, a atitude não é muito bem-vista. “O telefone, se você atender, você tenta ser breve e desliga. Já a mensagem, você fica ali digitando e deixa a outra pessoa com ‘cara de tacho’. Mensagem e rede social tem que deixar de lado”, recomenda.
*Sobrenome ocultado a pedido da entrevistada.
Trabalho
Igualdade. Cerca de 9% de homens e de mulheres atendem ligações de trabalho. “Isso marca mudança de comportamento, as mulheres estão mais presentes no local de trabalho”, diz Jairo Bauer. Quem está no local merece a prioridade A presença dos celulares tem sido uma crescente em todos os contextos. Nos encontros amorosos, principalmente, o apego ao aparelho pode significar que a pessoa não está tão focada no parceiro. “Acho que pega muito mal a pessoa estar em um encontro (fisicamente) mas não estar (com a atenção voltada para o momento)”, opina o psiquiatra Jairo Bauer. O pulo do gato, segundo ele, é o bom e velho bom senso.
“Basta seguir as normas básicas de boa conduta e comportamento adequado. Se você está em um encontro, a pessoa que está com você merece a prioridade”, aponta. A regra pode ser extrapolada para outros contextos. “Tem que priorizar a pessoa que está com você, independente de ser um familiar, um amigo, um parceiro amoroso”, diz Bauer. Texto extraído do Portal iG.