Foi lançada na Câmara dos Deputados, na terça-feira (27), a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades de Terreiros. Com isso, os fiéis de religiões de matriz africana terão uma nova arma para defender sua fé. O lançamento da frente elevou o tom das críticas contra a repercussão de uma decisão tomada no mês de abril pelo juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro. Em sentença, o magistrado negou a retirada de vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé do site de vídeos Youtube, argumentando que não se tratavam de religiões, e sim de cultos. O juiz já voltou atrás de sua avaliação.
Entretanto, segundo o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), um dos integrantes da frente, a iniciativa será um instrumento de articulação entre as comunidades de terreiro e o Congresso. Ainda de acordo com o parlamentar, as propostas da frente incluem a defesa das religiões de matrizes africanas e brasileiras, a liberdade do culto, o combate à intolerância, além da promoção de projetos de lei, audiências públicas, seminários e eventos que tratem do tema.
A intensa repercussão negativa da sentença do juiz federal do Rio não passou despercebida pelo petista, que, curiosamente, não segue nenhuma religião de matriz africana. A frente é articulada desde 2011, mas foi viabilizada só agora, momento que “não poderia ser mais oportuno”, segundo o parlamentar. São necessárias 198 assinaturas de parlamentares para criar uma frente. O número final ainda não foi fechado.