Baseado nas últimas pesquisas de intenção de voto e alegando que a senadora Lídice da Mata (PSB) há um ano mantém o mesmo patamar de eleitorado, o coordenador do programa de Governo da senadora pessebista e pré-candidato a deputado, Domingo Leonelli, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, acredita que Lídice estará no segundo turno. Além de destacar a sua atuação frente à pasta do Turismo estadual nos últimos sete anos, enalteceu o trabalho realizado pela socialista em viabilizar a futura candidatura ao Palácio do Planalto. Leonelli crê que a população não vai querer “voltar ao passado” e nem optará “pelo continuísmo do PT” e acredita que o eleitorado verá Lídice como uma terceira força. Critica a falta de uma marca no governo Wagner, mas ao mesmo tempo elogia o cacique petista, ainda dono da caneta do Executivo baiano. Afirmou que a bandeira da educação será o foco da socialista e apontou a moralidade trazida à chapa na figura da jurista Eliana Calmon (PSB), que disputará a cadeira ao Senado tendo como maiores adversários Geddel (PMDB) e Otto Alencar (PSD).
Tribuna da Bahia – Como avalia essa fase de pré-campanha e como você está vendo a movimentação da senadora Lídice da Mata (PSB)? Tímida ainda?
Domingos Leonelli – Não. Pelo contrário. Ela está se movimentando com uma excelente desenvoltura. Lídice ocupa um papel, definindo cada dia mais, como uma terceira via da majoritária. Não é nem oposição de direita, representada pelo DEM, e nem é o continuísmo do PT. É uma candidatura que reconhece no governo Wagner grandes avanços, mas que está convencida que a Bahia precisa avançar ainda mais e poderá avançar mais com um governo com movimentos mais livres e que não esteja preso com tantos compromissos de alianças eleitorais atrasadas.
Tribuna – Quais as reais chances de Lídice se viabilizar e conseguir chegar ao segundo turno?
Leonelli – Eu acho que são reais as chances de Lídice ganhar a eleição. Chegar ao segundo turno é praticamente certo que ela chega. Nós temos a convicção de que quem mantém um percentual como ela mantém há mais de um ano, de absoluta fidelidade dos seus eleitores, 11% apesar do candidato do governo ter o apoio de 300 prefeituras e mais de 12 partidos apoiando, com certeza demonstra que Lídice tem uma atuação brilhante. Ela, praticamente só, com o PSB/REDE. Sozinha e bem acompanhada.
Tribuna – Falta densidade? Falta estrutura de campanha? Como driblar isso durante o processo eleitoral?
Leonelli – Com uma campanha altamente propositiva. Uma campanha com propostas claras, bem definidas e bem diferenciadas em relação aos outros dois candidatos principais. Para isso estamos realizando os seminários que não são proporcionais, que não são eventos políticos como esses que estão sendo realizados pelo outros candidatos, que reúnem milhares de pessoas. Ninguém escreve programa de governo a milhares de mãos, a não ser pela internet, que essa será a segunda fase do nosso programa. Por enquanto estamos trabalhando com uma jornada de trabalho que tem características de aprofundar os temas e desenvolvê-los para que sejam transformados em proposta de governo.
Tribuna – O que vão fazer para evitar a polarização entre DEM e PT, que começou a se mostrar neste começo de campanha?
Leonelli – Esse é o desejo dos dois candidatos. Eles possuem esse forte desejo de polarizar a campanha, mas tenho impressão que essa tarefa é do povo. O povo não vai permitir essa polarização. A juventude baiana, as pessoas de livre pensamento, as pessoas de bem compreendem que o melhor para a Bahia será uma representação de candidatura que tem as mãos livres e limpas.