Em clima crescente de disputa com vistas às eleições de outubro, democratas e petistas contestaram ontem as declarações do coordenador da campanha da pré-candidata ao governo, Lídice da Mata (PSB), o ex-secretário de Turismo do estado Domingos Leonelli, em relação ao cenário pré-eleitoral na Bahia. Ex-integrante da equipe do governador Jaques Wagner (PT), o postulante à Câmara Federal reconheceu os avanços da gestão, mas alfinetou o plano de continuidade do PT, tendo como aposta para a sucessão Rui Costa (PT), além de criticar a pré-candidatura de Paulo Souto (DEM), que, segundo ele, seria uma volta ao passado.
O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, disse que há “equívocos” nas afirmações do socialista. “Não traduzem aquilo que o povo pensa, pois como pode dizer que o PT é a mesmice, sendo que demos mais acesso às universidades, aumentamos a distribuição de renda, o direito e o acesso ao consumo e aos programas de moradia?”, questionou. O dirigente destacou ainda que política é a “materialização” das mudanças na vida das pessoas. “E isso só veio acontecer nos últimos 14 anos, e nós conseguimos quando ampliamos o leque das alianças, pois não conseguimos somente com o PSB e o PCdoB”, disse, rebatendo a crítica de Leonelli ao fato de os petistas terem se aliado ao senador José Sarney (PMDB-AP) e ao ex-presidente Fernando Collor (PTB- AL).
O deputado estadual Paulo Rangel (PT) também chamou de “equivocada” a fala do ex-titular do Executivo estadual, quando os socialistas em Pernambuco manteriam alianças questionáveis. “Hoje, Dilma lidera as pesquisas, e eu acredito que Rui Costa vença as eleições. Em Pernambuco, o PSB lançou também uma pessoa técnica para o governo e que ainda não está bem nas pesquisas, sendo que é o candidato do ex-governador e pré-candidato a presidente Eduardo Campos, portanto o que existe lá e aqui é muito parecido”, afirmou.
Para Aleluia, socialista continua fazendo o papel de governista
Os petistas acrescentaram a “história de respeito” e a torcida pelo “sucesso” do socialista, mas frisaram que a sua análise precisaria “ser mais ampla e imparcial”. No outro lado da disputa, lideranças democratas também ironizaram a análise do coordenador da campanha socialista ao lembrarem que ele participou da atual gestão. “Leonelli está fazendo o papel de defensor do governo que ele fez parte por oito anos”, alfinetou o presidente estadual do DEM, o ex-deputado federal José Carlos Aleluia.
Em fase de articulação das alianças e preparação para a Convenção do DEM, no dia 18, o líder democrata destacou que a população quer a volta das realizações positivas no estado, que estariam sendo contempladas no programa de governo de Souto. “Nós queremos voltar à Bahia da segurança, queremos a paz de volta”, disse, ao tocar em um dos pontos que já aquecem a pré-campanha. Segundo ele, os baianos querem a pré-candidatura de Paulo Souto, que representaria mais saúde, a volta dos turistas ao estado e uma educação de qualidade.
O anseio de polarização entre o DEM e o PT para as eleições, conforme avaliação de Leonelli, foi rebatido pelo deputado estadual Paulo Azi. “Não queremos isso, até mesmo porque respeitamos muito a candidatura da senadora Lídice da Mata”, afirmou. Segundo ele, há uma vontade popular em torno da campanha democrata. “Paulo Souto é um porto seguro. Ele representa aquilo que a população mais quer de um governante, que é experiência, competência para realizar as coisas e honestidade”, enfatizou. Extraído na íntegra da Tribuna da Bahia.