Um dos jogos mais esperados da primeira fase da Copa do Mundo, reedição da última final, não decepcionou o público de Salvador. Espanha e Holanda se enfrentaram em um jogo movimentado, com muitos gols e muita emoção. No final, os holandeses se vingaram – e com juros – da derrota sofrida quatro anos atrás, vencendo os campeões mundiais por 5 a 1, placar que poucos se atreveriam a prever antes do apito inicial. Esta foi a primeira vez que os dois finalistas de um Mundial se encontraram no mesmo grupo na Copa seguinte. O resultado colocou a Laranja Mecânica, como é conhecida a seleção holandesa, na liderança de um dos grupos considerados mais equilibrados da competição.
A equipe espanhola (La Roja) tentou impor seu tradicional ritmo de jogo logo no início da partida, tocando a bola com paciência, esperando os espaços na defesa adversária. O primeiro lance de perigo do jogo, porém, foi da Holanda. Em um lance de contra-ataque, aos sete minutos de partida, o atacante Sneijder quase abriu o placar, mas o goleiro Casillas fez grande defesa. O brasileiro naturalizado espanhol, Diego Costa, foi muito hostilizado pela torcida. Meses antes do início do torneio, Costa teve de escolher entre defender Brasil ou a Espanha quando os técnicos das duas seleções manifestaram desejo de contar com ele. Aos 25 minutos do primeiro tempo, porém, as vaias não o atrapalharam. Ele recebeu na grande área, driblou De Vrij e caiu. O juiz marcou o pênalti e Xabi Alonso colocou a Espanha na frente do placar.
Aos 42 minutos do primeiro tempo, a Espanha quase chegou ao segundo gol. Iniesta acertou um passe que atravessou toda a defesa adversária e encontrou David Silva, que parou no goleiro Cillessen. No minuto seguinte, no entanto, a Holanda surpreendeu os espanhóis em uma de suas poucas chegadas ao ataque até então. Em uma jogada rápida, Blind lançou Van Persie que, de cabeça, igualou o placar. O goleiro espanhol apenas olhou a bola passar cima de sua cabeça, sem poder fazer nada. O segundo tempo começou com chuva e com uma Holanda mais focada no jogo, evitando o toque de bola dos espanhóis, equilibrando as ações e mudando a história do confronto. Logo aos sete minutos, em rápida troca de passes, Robben recebeu a bola e marcou o segundo gol dos holandeses, virando o placar.
A Holanda passou a controlar melhor o jogo e essa evolução foi recompensada. Em cobrança de falta, aos 19 minutos, Sneijder encontrou De Vrij dentro da área. O zagueiro, autor do pênalti no primeiro tempo, redimiu-se e ampliou o placar para os atuais vice-campeões mundiais. Atordoados, os espanhóis não conseguiam mais se encontrar em campo e a Holanda soube aproveitar. Casillas se atrapalhou na saída de bola e perdeu para Van Persie, que marcou seu segundo gol na partida e o quarto dos holandeses, impondo a goleada. Entregues, sem conseguir acertar uma jogada sequer, os espanhóis ainda assistiram a Robben entrar na área, driblar o goleiro e marcar o quinto gol aos 34 minutos, fazendo ainda maior a festa da parte laranja da torcida na Arena Fonte Nova, que gritou “olé” até o apito final.
Com esse resultado, a Holanda lidera o grupo B, com três pontos e grande vantagem no saldo de gols, critério de desempate para classificação à próxima fase. Às 19h, horário de Brasília, entram em as duas outras seleções do grupo B. Chile e Austrália se enfrentam na Arena Pantanal, em Cuiabá. Os dois classificados no grupo B enfrentarão os classificados no grupo A, que tem o Brasil como líder. Da Agência Brasil.