A casa do caboclo, símbolo das lutas pela Independência da Bahia localizada no bairro da Lapinha, em Salvador, será transformada em memorial aberto à visitação pública, durante todo o ano. A revelação foi feita pelo presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, durante entrevista nesta terça-feira (1º), no Centro Aberto de Mídia da Bahia (CAM-BA), para falar sobre os festejos do Dois de Julho.
“Considero o 2 de Julho a festa popular mais importante da Bahia, tanto do ponto de vista estético quanto antropológico. Tempos de organizá-la sem interferir na tradição. Sobretudo temos que atrair novas gerações que desconhecem o significado da festa, inclusive estudantes”, observou. O memorial, na opinião de Guerreiro, será ponto de visitação turística e também religiosa, uma vez que a figura do caboclo está enraizada nas religiões afro-brasileiras, sendo cultuado em muitas casas de umbanda.
A programação do Dois de Julho prevê a realização de um desfile no circuito Lapinha-Pelourinho, pela manhã, a partir das 8 horas. A partir das 15 horas, após concentração e discursos na Praça Municipal, novo cortejo seguirá em direção ao Campo Grande, onde autoridades municipais e estaduais depositarão flores aos pés do Monumento ao Dois de Julho, tradição que se repete há quase dois séculos.
Entre 40 e 50 mil pessoas deverão circular pelas ruas do Centro Histórico de Salvador até o Campo Grande, durante todo o dia. A partir das 19 horas, um baile, com um encontro de filarmônicas, dará prosseguimento à festa. Dia 5 de julho, o caboclo e a cabocla retornam à Lapinha, puxados pela Orquestra do maestro Reginaldo, verdadeiro entrudo pelas ruas de Salvador, como observa Fernando Guerreiro.