Demorou, mas a fama da Arena Fonte Nova, palco de 21 gols em cinco jogos na primeira fase, voltou a aparecer no último jogo das oitavas de final, em que a Bélgica venceu os Estados Unidos por 2 x 1. O jogo começou equilibrado, mas teve domínio dos belgas, que, apesar de perderem muitos gols, venceram a partida em uma prorrogação movimentada. A Bélgica chegou com muito perigo logo aos 40 segundos de jogo. Após roubada de bola, Origi recebeu e ganhou do zagueiro na velocidade, já dentro da área. O chute, no entanto, parou no goleiro Howard. Os Estados Unidos só tiveram a primeira grande chance aos 20 minutos, quando Bradley conduziu a bola até a entrada da área, tabelou com Dempsey e chutou a gol, mas a bola parou na defesa de Courtois.
A Bélgica respondeu dois minutos depois. Em um contra-ataque rápido, os homens de frente chegaram no ataque em maior número que a defesa adversária, mas De Bruyne, em vez de trabalhar a bola, se precipitou e chutou para fora. Os belgas ditaram o ritmo, mas, apesar do maior poderio ofensivo do time europeu, o primeiro tempo do jogo foi equilibrado. Os belgas começaram o segundo tempo dando trabalho para o goleiro Howard. Com um minuto, De Bruyne cruzou para Mertens. O meia belga cabeceou e o goleiro norte-americano teve que se esticar para espalmar a bola por cima do travessão. Aos oito minutos, a Bélgica não abriu o placar por muito pouco. Vertonghen cruzou da esquerda e a bola atravessou a área, passando por Howard, por dois zagueiros estadunidenses e pelos belgas De Bruyne e Origi, livres, furarem no arremate.
Em outro lance, Origi recebeu cruzamento e cabeceou na trave, enquanto Howard só olhava. Os Estados Unidos responderam com uma boa chegada na área adversária aos 12 minutos. Após cruzamento, a bola passou pela zaga belga e quase sobrou para o jogador norte-americano, mas a defesa se recuperou e afastou. A Bélgica dominou as ações da partida, trocando passes na entrada da área, com Fellaini, Hazard e De Bruyne, mas a defesa norte-americana fechou bem os espaços. Aos 25 minutos, Mirallas entrou na área driblando toda a defesa adversária, acabou desarmado mas a bola sobrou para Origi. O atacante chutou forte para o gol, mas Howard apareceu bem novamente.
Aos 32 minutos, Mirallas recebeu ótima bola na velocidade. Ele entrou na área e, frente a frente com Howard, bateu para o gol, mas o camisa 1 estadunidense desviou com as pernas. Howard começava a se destacar como o melhor jogador em campo. No minuto seguinte, mais uma defesa salvadora, após um chute de Hazard. A pressão belga aumentou, mas a defesa norte-americana e, principalmente, o goleiro Howard, seguiam salvando a pátria. Os europeus perderam boas oportunidades, uma após a outra. Mas, aos 47 minutos, foram os norte-americanos que quase marcaram. Após bola levantada na área belga, Jones cabeceou para Wondolowski, livre de marcação, na frente da pequena área, chutar por cima do gol. Graças à imperícia dos atacantes, as redes da Fonte Nova, tão acostumadas a balançar nessa Copa do Mundo, ficaram intactas no tempo normal.
Na prorrogação, a quinta nas oitavas de final dessa Copa, a Bélgica recomeçou o jogo com um lance de Lukaku, que acabara de entrar. Aos dois minutos, ele fez boa jogada em velocidade pela direita, entrou na área, tocou para De Bruyne que, finalmente, venceu Howard, com um toque no canto esquerdo. O torcedor baiano, que já tinha visto boas partidas na primeira fase, esperou um pouco mais, mas acabaria premiado com uma prorrogação emocionante. Apesar da derrota parcial, Howard continuou salvando o time norte-americano. Chutes de Lukaku, Vertonghen e Mirallas pararam nas mãos do goleiro. Aos 14 minutos, porém, mais um gol belga: Lukaku, que entrou pra mudar o jogo, recebeu na entrada da área e bateu para o fundo das redes. Apesar do baixo aproveitamento depois de tantas chances claras de gol, a Bélgica confirmou seu favoritismo no duelo.
Com o resultado adverso, os Estados Unidos se lançaram ao ataque e o resultado surtiu efeito. No início do segundo tempo da prorrogação, Bradley fez um ótimo lançamento para Green, dentro da área, emendou um chute de primeira, venceu Courtois e mudou o placar para 2 x 1. Os Estados Unidos voltavam para a disputa. O empate quase aconteceu aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação. Em jogada ensaiada após cobrança de falta, Bradley deixou Dempsey na cara do gol, mas Courtois conseguir defender o chute do atacante estadunidense. A partida, muitas vezes lenta e estudada no tempo normal, se tornou uma busca frenética pelo gol.
O apito final do árbitro demorou uma eternidade para os belgas mas, finalmente, veio. A vitória credenciou o time do técnico Marc Wilmots a enfrentar a Argentina nas quartas de final, em Brasília, no próximo sábado (5), às 13h. Os Estados Unidos, por sua vez, se juntam à Argélia, ao Chile, à Suíça, ao México e à Grécia no rol de seleções que venderam caro suas derrotas e caíram “de pé” nesta Copa do Mundo. Da Agência Brasil.