Por Jolival Soares*
O salmista Davi escreveu: “Diz o néscio no seu coração: não há Deus!”. Entendemos aqui o néscio como aquele que não examina, não considera e logo conclui: não há Deus.
Estamos, contudo, hoje, observando que, na área das ciências de ponta, de fronteira, como o da física quântica, os joelhos estão se dobrando e é cada dia maior o número dos que se voltam para o “sagrado”, buscando respostas profundas para questões vitais da própria existência. Damos aqui exemplos de notáveis desta área como o físico quântico inglês David Bohm (Totalidade e a Ordem Implicada), Fritjof Capra (O Ponto de Mutação, Conexões Ocultas, Sabedoria Incomum, A Teia da Vida), além de outros títulos, todos excelentes e encontrados em língua pátria e em livrarias de nossa cidade. Podemos citar ainda Renee Weber, Ilya Prigogine, além de muitos outros.
O homem tem no seu coração a ideia da eternidade, ali colocada por Deus. Ele sente, mas não pode ainda compreender, pois está preso à realidade de um corpo físico, que é nossa maneira e forma de existir neste mundo. Está preso à imanência da matéria – pois somos feitos de terra! Somente aqueles que buscam e alcançam o exercício da fé conseguem “cortar este cordão umbilical” – que nos prende à imanência da matéria e transcende em direção ao sagrado – que esteve e sempre está à disposição dos que querem crer e pedem auxílio para isto. O problema é que muitos estão muito mais para Tomé! A boa notícia é que igualmente experiências empíricas e científicas têm demonstrado é que o correto mesmo é “crer para ver” e não “ver para crer”.
Colocaram, em recente experimento, homens mergulhadores em profundidades oceânicas onde é impossível ao olho humano enxergar qualquer coisa e, ao subirem, lhes perguntaram o que foi que viram. Ao que responderam: “vimos latas vermelhas de cervejas Budweiser!” O que era impossível, pois esta cor, medida em nanômetros (escala) seria impossível de visualização naquela profundidade. Conclusão: eram mergulhadores americanos, consumidores daquela marca de cervejas, e creram estar vendo aquelas latas, ou seja: viram porque “criam” que estavam vendo e não o contrário. Jocosamente dizem ser muito difícil de se encontrar ateus em uma fronteira de guerra ou em leitos de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O homem é indesculpável quando age ou pensa como um néscio (bruto, ignorante), ao negar Deus, pois as manifestações da sua presença e poder na sua criação, tanto na ordem macroscópica, como na microscópica, são simplesmente extraordinárias. Uma das pesquisas de ponta em ciências é o projeto de gravar os discursos de Sócrates, Platão e Aristóteles. Agora, você já pensou no dia que gravarmos o “Sermão da Montanha” ou Moisés nos entregando os dez mandamentos, a “Constituição de Deus” para nós os homens? Esta pesquisa parte da premissa do fato de o que falamos fica no espaço, fica no éter, sendo, pois, possível de gravação com instrumentos sensíveis, específicos e especializados.
A neurociência vem demonstrando que no cérebro humano existem “quatro milhões” de sensores para perceber Deus. Por outro lado, se sabe que nosso cérebro não percebe o que não existe!
Um grupo de cientistas de Pasadena, nos Estados Unidos, vem demonstrando, em recentes experimentos, a presença de Deus, permeando a tudo e a todos. Não fico surpreso, pois Deus, antes de criar o mundo, criou Ele a “sabedoria” e, com ela, fez toda sua criação. Por isso, onde nos viramos nos deparamos com ela, a sua sabedoria. E, falando em sabedoria, talvez fosse bom para os Tomés – os incrédulos, os descrentes – fazerem o que recomenda-nos o filósofo e matemático francês Blaise Pascal: “Devemos crer em Deus, pois, se ao chegarmos lá o encontrarmos, ganhamos tudo. E, se não o encontrarmos, não perdemos nada!” Pense nisto.
*Jolival Soares: Bioquímico e Professor de Bioética