O ex-presidente Lula fez alusão nesta sexta-feira (1º), ao caso do aeroporto de Cláudio, que envolve o tucano Aécio Neves (PSDB), ao defender o candidato Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas, em entrevista concedida ao jornal Gazeta Norte Mineira, de Montes Claros (MG). “Ele (Fernando Pimentel) sabe que o governo do estado não pode ser tratado como propriedade para benefício próprio de uma família”, disse. Lula participa nesta noite na cidade mineira do ato de lançamento da candidatura de Josué Gomes da Silva (PMDB) ao Senado, ao lado da presidente Dilma Rousseff e de Pimentel. Reportagem da Folha de S. Paulo revelou que o candidato à Presidência Aécio Neves, quando governador de Minas Gerais, desapropriou terras de seu tio-avô para construir o aeroporto de Cláudio, orçado em R$ 13,9 milhões.
O assunto desencadeou a primeira crise da campanha tucana deste ano, levantando suspeitas sobre o uso privado de um bem público pelo tucano. Nesta semana, Aécio admitiu, pela primeira vez, que pousou no local, culpando a demora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em homologar a pista. “O que há, na verdade, é uma grande demora da Anac para fazer essas homologações e, de forma inadvertida, não me preocupei efetivamente de saber ou não se havia ou não homologação da pista. Isso é um erro, eu assumo esse erro”, disse Aécio no dia 30. Na entrevista, Lula criticou o Governo mineiro ao ser perguntado sobre a proposta do PT para vencer o PSDB no Estado.
“O Brasil cresceu muito nos últimos 12 anos e Minas Gerais infelizmente não acompanhou esse crescimento. Não precisa ser mineiro para saber que o Governo de Minas faz muita propaganda e pouca ação”, afirmou. O ex-presidente disse ainda que os tucanos se apropriam de programas sociais criados pelo governo do PT. “Eles não têm programas sociais e por isso se apropriam dos programas do Governo Federal, mudando somente os nomes. Por exemplo, o Fome Zero vira Minas sem Fome, o Minha Casa Minha Vida vira Morar em Minas, o Rede Cegonha vira Mães de Minas, o Luz para Todos vira Clarear e assim por diante”. Da Agência Estado.