Relator do processo contra o deputado federal Luiz Argôlo (SD) no Conselho de Ética da Câmara, Marcos Rogério (PDT-RO) confidenciou a correligionários que, pelo teor das provas reunidas por ele nos últimos dias, só um milagre salvará o parlamentar baiano da cassação por quebra de decoro. Recentemente, Rogério teve acesso a mais documentos da Operação Lava Jato remetidos pela PF ao Supremo Tribunal Federal. O material, pelos relatos dos aliados de Rogério, vai muito além de confirmar as informações fornecidas ao conselho pela ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Pozas – a de que havia um duto entre empresas usadas no esquema de lavagem de dinheiro e pessoas bastante próximas a Argôlo.
Os papéis e cruzamentos de dados bancários feitos durante a investigação da PF, ainda mantidos em sigilo pelo STF, apontam com clareza quem, quanto, quando e por onde foram feitas as remessas. Com a farta documentação do STF e os detalhes fornecidos por Meire Pozas, Marcos Rogério está prestes a concluir o relatório para o Conselho de Ética. Aos parlamentares de seu círculo mais restrito no Congresso, o deputado de Rondônia adiantou que pedirá, com riqueza de detalhes, a cassação de Luiz Argôlo. Mesmo com o cerco cada vez mais fechado, Luiz Argôlo tem agido como se estivesse pronto para devorar uma enorme pizza. Além de acelerar a campanha pela reeleição, o deputado é visto com frequência em eventos públicos de seus redutos eleitorais. Sobretudo junto a líderes políticos de Alagoinhas e Itaberaba. Extraído do jornal Correio, da coluna Satélite.